quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Aprovado em concurso da Polícia Civil questiona demora para nomeação

Um dos candidatos aprovado no concurso promovido pelo governo do Estado para o provimento de vagas para os cargos de delegado, escrivão e perito da Polícia Civil questiona a demora para a convocação dos aprovados.

O candidato, que preferiu não se identificar, contou em entrevista exclusiva ao jornal A TRIBUNA que, após quase dois meses do término do curso de formação, o governo estadual ainda não divulgou a data em que os aprovados serão empossados.

Segundo o candidato, a justificativa dada pelo governo estadual para a demora da posse dos aprovados foi o fato de outros candidatos terem impetrado mandados de segurança.

“Justificam com o pequeno probleminha dos dois ou três mandados de segurança, mas isso não é empecilho para o concurso. Em todos os estados do Brasil, têm mandados de segurança, nem por isso os concursos ficam travados. Vários concursos que saíram bem depois do nosso foram concluídos e os candidatos devidamente empossados, como é o caso da Polícia Rodoviária Federal (PRF), delegados de São Paulo, delegados de Goiás e outros”, ressaltou.

Gastos sem retorno

O aprovado no certame é natural de outro Estado e, por isso, precisou deixar o emprego que tinha na cidade onde residia para vir ao Acre participar do curso de formação. Ele conta que, enquanto fazia o curso e recebia uma Bolsa-Auxílio, pode se manter no Acre, mas no final do curso precisou voltar para a cidade onde mora atualmente, porque não tinha como ele manter a esposa no Acre. A última bolsa foi paga em julho.

“Gastei algo em torno de R$ 15 mil só em passagens aéreas. Moro há mais de três mil quilômetros de distância do Acre. Fui ao Acre umas sete ou oito vezes. Desde março de 2008, os aprovados estão viajando e é um vai e volta, até que concluímos o concurso de formação. Foi um investimento monstruoso. Quando soube que fui aprovado no concurso, aluguei uma casa e paguei três meses de aluguel, mas não utilizei o imóvel. Também gastei com a compra de móveis”, contou o entrevistado.

Segurança em risco

O aprovado no certame revelou que decidiu entrar em contato com A TRIBUNA após ler a matéria População em pânico, que falava sobre o avanço da violência no Estado. A reportagem foi publicada no último domingo.

Segundo o entrevistado, a demora na convocação dos aprovados ajuda no crescimento dos índices de violência registrados no Acre. O candidato ressalta que os aprovados querem trabalhar auxiliando na redução do número de crimes que ocorrem na região


“Fiz o apelo para vocês, pois a imprensa é a nossa única esperança para poder questionar o governo sobre nossa situação e, principalmente, a situação da população acriana, que está sofrendo com a falta de solução nos crimes de qe está sendo vítima. Hoje, o Estado tem cerca de 40 delegados. O Acre é Estado que tem menos delegados de polícia do Brasil”, declara.

Plano de segurança

Segundo informações extraoficiais, na próxima semana, o governo do Estado deve anunciar um plano de segurança. Com o anúncio do plano de segurança, seria divulgada também a data da posse dos candidatos aprovados no concurso da Polícia Civil, promovido pela Secretaria de Gestão Administrativa (SGA).

A reportagem da TRIBUNA tentou entrar em contato com a secretária adjunta da SGA, Núria Merched Guerreiro, para falar sobre o assunto, mas foi informada que ela estava participando de uma reunião.

O Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe-UnB) divulgou nesta quarta-feira, dia 2, o resultado final do concurso.

Para o candidato entrevistado pela TRIBUNA, mesmo que a SGA anuncie a convocação dos aprovados na próxima semana, a posse dele e dos demais demoraria um pouco a acontecer.

“Acho até meio difícil, pois tem a entrega de documentos, a maioria dos delegados e peritos é de outros estados e, com certeza, caso resolvam agilizar, terão de dar um tempo maior para o pessoal chegar ao Acre”, ressaltou.

O certame

No final de 2007, foi anunciado o concurso que oferecia vagas para os cargos de delegado (33 vagas), perito criminal (14 vagas) e escrivão (66 vagas) da Polícia Civil.

A remuneração anunciada na época para os cargos de delegado e perito criminal era de R$ 5.874 e R$ 3.210. O cargo de delegado exigiu graduação em direito. Já as vagas de perito eram destinadas a candidatos que possuíssem qualquer curso de nível superior ou graduados nas áreas específicas de análise de sistemas, biologia, bioquímica, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia florestal, engenharia mecânica, medicina veterinária e química. A SGA informava que os candidatos a todos os cargos da Polícia Civil deveriam ter carteira de habilitação na categoria mínima AB.

Por: Nayanne Santana

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O gosto azedo da mesmice

Diogo Mainardi*


"A asnice representada pelas ideias feitasé a ‘verdadeira imoralidade’, disse Flaubert.E acrescentou: ‘O diabo é só isso’. Se Flaubert está certo – e ele está –, o Brasil é o inferno. O verdadeiro inferno"


Ali Kamel é o Flaubert do lulismo. Flaubert? Gustave Flaubert? Ele mesmo. No Dicionário das Ideias Feitas, publicado postumamente como um adendo ao seu último romance, Bouvard e Pécuchet, Flaubert reuniu, em ordem alfabética, os lugares-comuns mais idiotas difundidos na Terceira República francesa. Ali Kamel, no Dicionário Lula, cumpriu uma tarefa semelhante. Com o rigor e com a imparcialidade de um dicionarista, ele sistematizou o pensamento de Lula, destrinchando os lugares-comuns por meio dos quais ele se comunica.


O bronco retratado e ridicularizado por Flaubert no Dicionário das Ideias Feitas orgulha-se de papagaiar platitudes sobre praticamente todos os assuntos, da pobreza à dor de dente, da imprensa à gramática. Lula é igual. Sobre a pobreza: "Somente quem passou fome sabe o que é a fome". Sobre a dor de dente: "Somente quem já teve dor de dente sabe o que é uma dor de dente". Sobre a imprensa: "Só tem notícia negativa". Sobre a gramática: "Daqui a pouco vou falar en passant. Para quem tomou posse falando ‘menas laranja’, está chique demais".


Na última semana, fazendo propaganda do ProUni, Lula repetiu a blague sobre o fato de falar "menas laranja". A blague sobre o fato de falar en passant também já foi repetida outras vezes nestes sete anos. Quantas vezes? Uma? Duas? Nada disso. De acordo com Ali Kamel, em seu prefácio, foram catorze vezes no período pesquisado para compor o Dicionário Lula. O repertório presidencial é minguado. E Lula repisa enfadonhamente os mesmos episódios, os mesmos comentários, as mesmas tiradas, conferindo um gosto azedo a esse fim de mandato – o gosto azedo de um governo que já caducou.


Há um aspecto desolador na obra de Ali Kamel: em 669 páginas de discursos e pronunciamentos, Lula mostra-se incapaz de articular uma única ideia minimamente elaborada sobre o Brasil e os brasileiros. Ao analisar o país, ele sempre recorre às imagens mais ordinárias com as quais somos caracterizados. "Deus fez duas coisas com o Brasil: deu uma natureza de beleza incomparável e um povo maravilhoso, ordeiro e generoso." Ou: "A beleza do Brasil está na nossa mistura, que produziu este povo de múltipla cor, alegre". As banalidades proferidas por Lula refletem os métodos primários e grosseiros empregados por ele para conduzir o governo. Pior ainda: elas refletem a mesquinhez de seu projeto político.


A asnice representada pelas ideias feitas é a "verdadeira imoralidade", disse Flaubert. E acrescentou: "O diabo é só isso". Se Flaubert está certo – e ele está –, o Brasil é o inferno. O verdadeiro inferno.



Fonte: Revista Veja

sábado, 29 de agosto de 2009

NYT: Marina Silva é 'criança da Amazônia' que abala o Brasil

Com o título "Uma criança da Amazônia que abalou a política de um País", o jornal New York Times publicou neste sábado um perfil da senadora Marina Silva (AC). O texto contrasta a infância e adolescência da ex-ministra do Meio Ambiente "no coração da Amazônia" com o "ícone do movimento ambientalista" que ela representa hoje.

O artigo também destaca que Marina "abalou a política brasileira" ao anunciar sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT) e sua filiação ao Partido Verde (PV), no qual poderá ser candidata à Presidência em 2010, e que sua história, "de uma mulher humilde que superou a pobreza extrema e a doença para se tornar uma das maiores forças da política brasileira", poderia ser "uma inspiração para o povo brasileiro em sua busca por um presidente para substituir" Luiz Inácio Lula da Silva.

O jornal afirma que, "se esta mulher vencer, a história será feita", lembrando que o Brasil nunca teve uma presidente mulher e, ainda, com "origens negras".

O artigo do jornalista Alexei Barrionuevo narra a história de Marina, nascida na cidade de Bagaço, no interior do Acre, suas atividades como seringueira ao lado do pai e dos irmãos, e a hepatite que a atingiu seriamente quando tinha 16 anos e que a levou a buscar cuidados médicos na capital do Estado, Rio Branco.

O texto afirma, no entanto, que o passado de Marina com sérios problemas de saúde - além da hepatite, malária e contaminação com metais pesados -, poderia ser usado contra ela pelos adversários políticos em uma provável candidatura presidencial. O artigo destaca ainda o fato de que Marina perdeu a mãe com 11 anos de idade e duas irmãs mais novas por problemas de saúde relacionados a doenças como sarampo e malária.

O artigo conta também a juventude de Marina em Rio Branco, onde cursou a faculdade de História e começou a militar no movimento ambientalista da Amazônia ao lado do sindicalista Chico Mendes, assassinado em 1988.

Para o NY Times, sob o comando de Marina enquanto ministra do Meio Ambiente de Lula desde 2003, o Brasil "engendrou um plano nacional de combate ao desmatamento e criou reservas indígenas do tamanho do Texas". O artigo também cita dados que mostram a queda dos índices de desmatamento entre 2004 e 2007. Marina deixou o cargo de ministra em maio de 2008.

Texto: Redação Terra

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Meu Amor, Minha Flor, Minha Menina



Meu amor, minha flor, minha menina,
Solidão não cura com aspirina
Tanto que eu queria o teu amor

Vem me trazer calor, fervor, fervura
Me vestir do terno da ternura
Sexo também é bom negócio
O melhor da vida é isso e ócio
Isso e ócio

Minha cara, minha Carolina
A saudade ainda vai bater no teto
Até um canalha precisa de afeto
Dor não cura com penicilina

Meu amor, minha flor, minha menina
Tanto que eu queria o teu amor
Tanto amor em mim como um quebranto
Tanto amor em mim, em ti nem tanto

Minha cora, minha coralina
mais que um goiás de amor carrego
destino de violeiro cego
Há mais solidão no aeroporto
Que num quarto de hotel barato
Antes o atrito que o contrato

Telefone não basta ao desejo
O que mais invejo é o que não vejo
O céu é azul, o mar também
Se bem que o mar as vezes muda,

Não suporto livros de auto-ajuda
Vem me ajudar, me dá seu bem

Meu amor, minha flor, minha menina
Tanto que eu queria o teu amor
Tanto amor em mim como um quebranto
Tanto amor em mim, em ti nem tanto

TRE julgará Juarez Leitão



O prefeito de Feijó, Juarez Leitão (PT) é o próximo gestor municipal que será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AC). O prefeito é acusado de ter cometido crime eleitoral e de ter cometido abuso econômico e político nas eleições do ano passado.

O TRE deve julgar o caso de Leitão no próximo mês. O relator do processo é o juiz Jair Facundes.

A ação contra o gestor de Feijó foi movida pelo candidato que concorreu à vaga na prefeitura mas, foi derrotado nas urnas, Raimundo Ferreira Pinheiro (PSDB), o "Dindim".

Dindim declarou em juízo que o seu adversário político teria cometido o crime de captação de sufrágio, ou seja, comprado voto de eleitores.

De acordo com denúncia ajuizada por Dindim, entre os benefícios oferecidos em troca de voto estavam à perfuração de poços artesianos, telhas, sacolões e tijolos. No processo contra Leitão foram anexadas fotografias, gravações e imagens referentes à suposta compra de votos. Anexados ao processo constam também depoimentos de eleitores que afirmam ter recebido benefícios em troca do voto.

O candidato derrotado nas urnas queixa-se na Justiça de outro fator que ocorreu em Feijó. Ele alega que houve prorrogação da votação na zona rural, na comunidade de Porto Rubim, faltando alguns minutos para as sete da noite a urna foi fechada, determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas Dindim e o PSDB ressaltam que isso deveria ter acontecido lacrada às 5 horas da tarde, quando encerrou o horário de votação em todo país.

Esse fator, apresentado pelo PSDB e por Dindim teria interferido no resultado da votação.

Na próxima semana, Juarez Leitão terá a oportunidade de apresentar sua defesa contra as acusações apresentadas pelo partido tucano e por Dindim.

Texto: Nayanne Santana
Foto: Odair Leal/Agência Aleac

Rajada de vento na quinta-feira chegou a 130 km/h


A chuva com vento forte que ocorreu em Rio Branco na quinta-feira, dia 27, foi classificada pelo doutor Alejandro Fonseca Duarte, do Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac), como tempestade local severa.

Segundo Alejandro Duarte, esse tipo de fenômeno não pode ser previsto pela meteorologia porque não é como um ciclone que toma forma aos poucos. Ele informa que as tempestades locais severas acontecem de maneira repentina, como esta de quinta-feira.

“Os registros da universidade informaram uma rajada de vento chegou a 135 quilômetros por hora, mas isso foi apenas uma rajada, não significa dizer que o vento foi constante nessa velocidade”, explicou Duarte.

O pesquisador revelou que esse vendaval foi menos intenso do que o que ocorreu no início deste mês, quando aconteceu uma tempestade acompanhada de granizo.

“Naquela vez que choveu granizo, a velocidade do vento chegou a 150 quilômetros por hora e causou estragos em parte da cidade”, contou.

Estragos

Os locais que apresentaram danos após a tempestade que ocorreu no final da tarde de anteontem, nesta sexta-feira, dia 28, estavam contabilizando o prejuízo. Segundo informações extraoficiais, o valor da estrutura metálica da empresa Auge Pneus, que foi destruída pelo vento, foi avaliado em aproximadamente R$ 150 mil.

Outra empresa que teve prejuízos e que até a manhã de ontem não haviam sido calculados foi a Vidro Acre, localizada na Isaura Parente. Com o forte vento, a cobertura da loja ficou toda comprometida e parte dela desabou. Na hora que parte do teto caiu e que os vidros das vitrines se quebraram, cerca de dez funcionários estavam na loja. Ninguém se feriu.

A vendedora Marta Bandeira contou que o barulho foi muito alto e o desabamento ocorreu rápido.

“Só deu tempo de sair correndo para não ser atingido, ficou todo mundo assustado”, disse a vendedora.

Na manhã de ontem, homens trabalhavam no local, retirando os ferros retorcidos que faziam parte da estrutura de cobertura da empresa. O dono da loja não foi encontrado pela reportagem para informar oi valor do prejuízo, mas um funcionário da empresa contratada para fazer a reforma no local disse que o valor da obra seria alto.

Mesmo com a parte da frente da loja em reforma, a vendedora contou que a empresa continuará atendendo os clientes no galpão, localizado no mesmo endereço.
Na periferia da capital, funcionários da Eletroacre trocavam a fiação elétrica que ficou comprometida após a chuva.
Texto: Nayanne Santana
Fotos: Debora Mangrich

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Chuva causa morte e danos materiais na cidade





A chuva que caiu na tarde de quinta-feira, dia 27, em Rio Branco ocasionou uma morte e vários danos materiais. O Corpo de Bombeiros informou que recebeu cerca de 30 chamadas relacionadas a danos causados pela chuva que iniciou por volta das 4 horas da tarde e durou cerca de meia hora.

Ocorrências foram registradas nos bairros Bosque, José Augusto, Vila Ivonete, Procon, Boa União e no centro da cidade.

No bairro Aeroporto Velho foi registrada a única morte ocasionada pela rajada de vento que acompanhou a chuva desta quinta-feira. O marceneiro Érisson Lima do Nascimento, 42 anos, seguia para casa de bicicleta quando foi atingido por um fio da rede elétrica. Ele morreu após receber uma descarga elétrica muito forte.

Danos materiais
Ao longo da Avenida Getúlio Vargas foram registradas várias ocorrências, a que apresentou maior dano material foi à queda da cobertura da empresa Auge Pneus, próxima ao clube do Juventus. A estrutura metálica que fazia parte da cobertura da empresa desabou em cima de dois veículos e feriu duas pessoas.

Na rua Rio Grande do Sul, duas árvores caíram, uma delas atingiu um veículo modelo Palio e destruiu a parte traseira do carro. Até a chegada do Corpo de Bombeiros ao local o proprietário do veículo não havia aparecido para ser informado sobre o dano.

Também foram registradas destelhamentos de residências e estabelecimentos comerciais. Fachada, outdoors e semáforos também apresentaram danos após a ventania.

Outro transtorno que os acreanos tiveram que enfrentar foi o trânsito caótico em bairros da região central da cidade. Com a queda de fios da rede elétrica os semáforos não funcionavam. Texto: Nayanne Santana


Fotos: Debora Mangrich