Gilberto Lobo
Igrejas evangélicas do Acre entraram em consenso e proibiram fiéis de se vacinarem contra a gripe suína. A informação foi repassada pela enfermeira Úrsula do Centro de Saúde Gentil Perdomo, domingo (10). Segundo ela, na última sexta-feira (9), evangélicos revoltaram-se quando uma criança foi vacinada.
Isso pode prejudicar o alcance da meta de imunização estipulada pelo estado. No blog da União de Blogueiros Evangélicos foi publicado um vídeo que mostra uma criança que morreu no Pará. Ela teria tomado a vacina contra H1N1 e ficou debilitada. Na legenda, está escrito: “Muitos morreram e agora milhares de pessoas denunciam os efeitos colaterais da vacina que segundo relatos mata mais que a gripe”.
A campanha se chama: “H1N1 - Redução populacional em massa”. Num fórum de internet, um pastor explica que “na Bíblia, tudo relacionado a porco é obra do diabo, como também hoje, essa gripe de PORCO, é obra mentirosa dele”. Ele cita ainda que “quem habita entre as sepulturas e passa as noites junto aos lugares secretos; come carne de porco e tem caldo de coisas abomináveis nos seus vasos;” Isaías 65:4.
Na teoria espalhada nas igrejas, o porco foi utilizado porque tem órgãos parecidos com os de humanos o que facilitaria a pandemia. O primeiro animal utilizado nas pesquisas foi a galinha. “E ainda existem neste mundo organizações secretas que estão deliberadamente incumbidas de fazer acontecer os seus planos maléficos, doa a quem doer: Os Illuminati.
Vários governos mundiais estão sob o domínio dessas organizações e há um cronograma a ser seguido para a implantação de seus intentos, e um deles é deixar a humanidade em pânico. Conforme a teoria espalhada nas igrejas, “depois do flagelo virá a temida terceira grande guerra mundial que ceifará bilhões de vidas inocentes, porém para que ninguém saiba disso é preciso fazer uma espécie de teatro, onde o mundo ache que exista um lado bonzinho e outro mau, estão enganando a todos, com suas tramas fajutas”.
Illuminati
A Wikipédia diz que Illuminati, do plural illuminatus (aquele que é iluminado), é o nome dado a diversos grupos, alguns históricos outros modernos, poucos verdadeiros e muitos fictícios. Mais comumente, contudo, o termo Illuminati tem sido empregado especificamente para referir-se aos Illuminati da Baviera.
E diz ainda que eles são uma organização conspiracional que controlaria os assuntos mundiais secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos Illuminati bávaros. O nome Illuminati é algumas vezes empregado como sinônimo de Nova Ordem Mundial, que é organizado por pessoas consideradas satanistas por seu nome e suas origens (a palavra “Satã” vem do Hebraico, que quer dizer Opositor, no caso, Opositor da igreja, indo contra seus propósito e pregações equivocadas), com os objetivos primários de unir o mundo em uma única regência (A Nova Ordem Mundial) que se baseia em um modelo político onde todos são iguais.
Mortes
Conforme dados do Ministério da saúde, a Região Norte foi a que mais registrou óbitos neste ano, totalizando 33 casos. De acordo com o Ministério da Saúde, a causa é o período de chuvas na região, o que estimula a aglomeração de pessoas e facilita a circulação do vírus. Em segundo lugar, ficou a Região Sul, com oito casos (16%).
O Norte também liderou em número de casos graves. Dos 361 casos, 203 foram registrados na região. Três estados do Norte – Rondônia, Acre e Amazonas - também aparecem entre as unidades da Federação com a menor cobertura de vacinação da gripe suína, iniciada no dia 8 de março. Na justificativa do Ministério, a dificuldade de acesso às comunidades do interior dos estados amazônicos é uma das causas da baixa cobertura vacinal.
Dia D
O Dia D da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe H1N1 foi realizado neste sábado,10, em todo o país. No Acre a meta é vacinar 80% do total de 352.780 pessoas. A única contraindicação é para pessoas com histórico de alergia à proteína do ovo de galinha.
*Matéria publicada no Jornal A Tribuna, de Rio Branco/AC.
domingo, 11 de abril de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Rodoviária e Hospital no mesmo local?!
Às vezes preciso trafegar pela Via Verde [a via da morte] para chegar mais rápido ao centro da cidade e num dia desses de pressa para cumprir horários parei para notar uma coisa estranha: a rodoviária internacional que esta sendo construída aqui em Rio Branco fica de frente com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º Distrito. Ambas estão na Via Verde, no Segundo Distrito de Rio Branco.
Ora, mas peraí. Um hospital e uma rodoviária bem de frente um para o outro? Acho isso no mínimo bizarro.
Quem viaja sabe como são os ambientes próximos às rodoviárias. São áreas infestadas de pensões, hotéis e congêneres. Essa com certeza não será diferente. Daqui a pouco teremos um bocado de amontoados de prédios por ali, aposto.
Outra coisa estranha que é mais bizarra ainda: Essa será uma rodoviária INTERNACIONAL segundo informou a prefeitura de Rio Branco. Hum...Isso me leva a crer que, obviamente, teremos pessoas de outros países circulando por ali. Perfeito! Serão vírus e mais vírus transitando facilmente num ambiente bem propício: próximo a uma unidade saúde.
Não precisa ser especialista na área de saúde para saber que com um ambiente assim, a probabilidade de um paciente ter infecção hospitalar naquela unidade será, digamos, considerável.
Pois é, aí eu me pergunto: E agora senhor governador? E agora senhor prefeito? A culpa é de quem?
Ora, mas peraí. Um hospital e uma rodoviária bem de frente um para o outro? Acho isso no mínimo bizarro.
Quem viaja sabe como são os ambientes próximos às rodoviárias. São áreas infestadas de pensões, hotéis e congêneres. Essa com certeza não será diferente. Daqui a pouco teremos um bocado de amontoados de prédios por ali, aposto.
Outra coisa estranha que é mais bizarra ainda: Essa será uma rodoviária INTERNACIONAL segundo informou a prefeitura de Rio Branco. Hum...Isso me leva a crer que, obviamente, teremos pessoas de outros países circulando por ali. Perfeito! Serão vírus e mais vírus transitando facilmente num ambiente bem propício: próximo a uma unidade saúde.
Não precisa ser especialista na área de saúde para saber que com um ambiente assim, a probabilidade de um paciente ter infecção hospitalar naquela unidade será, digamos, considerável.
Pois é, aí eu me pergunto: E agora senhor governador? E agora senhor prefeito? A culpa é de quem?
sábado, 3 de abril de 2010
Igreja e Pedofilia
Moisés Diniz *
A minha adolescência e parte da minha juventude, eu passei dentro de uma congregação religiosa. Os dias mais substantivos da minha vida. E o que tem a ver a minha adolescência religiosa com “as boas intenções de que o inferno está cheio”?
Apesar de abraçar uma fé, uma visão de mundo que não se testa, imaterial, intangível, pós-morte e espiritual, os nossos dias eram integrais, fecundos e ocupados por muita leitura e suor nas hortas e nas quadras de futebol.
Isso significa dizer que, enquanto a gente buscava ver a face secreta de Deus, na sua infinita espiritualidade, nós tínhamos que enfrentar problemas humanos, concretos e cotidianos.
Os pequeninos e terríveis piuns nas hortas, o sol escaldante, o frio nos banhos das 5 horas da madrugada e ainda enfrentávamos uma sexualidade reprimida em pleno vigor juvenil.
Ainda lembro que, uma vez por semana, substituíamos o leite por chá de capim santo (Cymbopogon citratus) no jantar, com pão, farofa de ovos e verdura colhida de nossa própria horta.
Nossos superiores diziam que era um ato de desprendimento material, vinculado ao nosso futuro voto de pobreza que, junto com a castidade e a obediência, nos tornavam verdadeiros discípulos de Jesus.
Mas tarde, meio como desencanto, descobri que aquele chá servia para refluir nossos instintos sexuais, com as suas propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, antidepressivas, diuréticas e expectorantes. Um excelente chá para acalmar o fogo da juventude.
Quando leio agora os horrores praticados por sacerdotes na Europa e nos Estados Unidos, eu fico consternado e lembro daquele tempo em que, para controlar a nossa sexualidade, era preciso beber chá de capim santo como se fosse um suplício.
Da vasta literatura que tive acesso, ainda lembro das biografias de veneráveis e santos da Igreja que venciam os dias e as noites com seus instrumentos de autoflagelo, de martirização do corpo.
Eles sonhavam em se aproximar da perfeição espiritual de Jesus, capaz de enfrentar as dores inimagináveis da cruz, instrumento de suplício que deu origem ao cristianismo.
Asssim, os religiosos buscavam formas diversas de combater e abater a sua sexualidade. Somente quem viveu aquela experiência, como uma passagem secreta entre o inferno e o céu, pode julgar o que se passa de dor, de desejo, de culpa e de aflição dentro dos muros dos mosteiros e dos conventos.
O que esses padres fizeram com aquelas crianças é tão hediondo que nenhuma punição terrena os alcançará. Como eles devotaram as suas vidas na busca pela salvação, a maior dor que eles sentirão será o fogo eterno da perdição no mais profundo dos infernos.
Então, eles sentirão a dor daquelas crianças, o seu desespero e a sua aflição infantil. Será o momento desses vermes de vestes brancas perceberem o sofrimento daquelas crianças surdas e mudas, daqueles meninos órfãos.
Eu que vivi aqueles anos dentro de uma casa religiosa, sei que esses padres nunca mais terão paz, os vivos e os mortos. A sua consciência os acordará nas madrugadas para ouvir o choro silencioso daquelas crianças. Eles não verão o rosto de Deus.
De parte da sociedade, das forças vivas do mundo laico, cabe exigir cadeia para esses padres. Que todo novo seminarista saiba, depois dessas punições da justiça dos homens, que nenhum crime de pedofilia ficará impune dentro dos mosteiros e dos conventos.
Quanto à Igreja em si, caberá discutir questões internas milenares, como o celibato e o controle social das atividades religiosas. Há verdadeiros tabus nessas questões e somente a Igreja será capaz de vencê-los.
Em 1123, foi declarada a nulidade de casamentos de padres. Mulheres, animais fêmeas, adolescentes belos e até instrumentos musicais foram proibidos nos mosteiros, a fim de diminuir a tentação aos religiosos.
Há opiniões para todos os gostos sobre a influência do celibato na consecução desses crimes de pedofilia. O que se destaca é a quantidade de casos cometidos por padres celibatários e o tempo em que esses crimes ficaram acobertados.
Quanto ao celibato, não entraremos no mérito do debate, por sua profundidade e suas ditas razões teológicas. Ficaremos na questão da ‘cultura do silêncio’ que envolve esses crimes.
A Igreja não pode continuar escondendo crimes contra crianças e achando que ela mesma será capaz de punir os seus padres pedófilos. Já provou que não é capaz, que padece nas mãos do corporativismo santo e do silêncio dos muros religiosos.
A sociedade precisa ter instrumentos de controle da atividade religiosa, porque a busca de Deus se dá através do corpo humano e de seus instrumentos físicos. Enquanto esses padres falavam o nome de Deus na homilia, eles abusavam de crianças nos fundos da sacristia.
O que a sociedade não pode e nem deve controlar é a profissão de fé das nossas igrejas. Esse é o sentimento que se reflete nas centenas de artigos e ensaios que brotam da indignação de cristãos e não cristãos.
Eles exigem um posicionamento mais explícito do Papa Bento XVI e dos seus cardeais. Eles precisam deixar claro que, além das punições aos padres pedófilos, a Igreja não permitirá mais esses crimes silenciosos dentro de seus muros sacrossantos. Esse é o clamor que se ouve nas redações dos jornais, nas escolas e universidades e nos grupos que formam opinião.
Mas, também ouvimos um clamor menor, não menos importante ou sólido. Não aceitaremos que os crimes desses padres pedófilos sejam usados para julgar a Igreja.
As conquistas milenares da Igreja Católica aqui no Ocidente não podem ser destruídas junto com esses crimes. Os padres pedófilos devem ser punidos e segregados do nosso convívio e os milhares de padres e religiosos, que não têm nada a ver com essa lama, devem ser respeitados e apoiados na sua fé e na sua opção de vida.
Milhões de crianças pobres e doentes, pelo mundo afora, foram protegidas, alimentadas, educadas e salvas por esses homens e essas mulheres, nos seus mosteiros, nas suas escolas e nos seus conventos. Eles dedicaram as suas vidas consagradas à vida frágil e pequenina do seu semelhante.
Mulheres pobres, mulheres prostituídas, povos indígenas segregados, ciganos, sem-terras e sem-tetos, sem-empregos e moradia, sem-nada. Todos esses homens e essas mulheres tiveram a proteção dos missionários, de padres, irmãos e freiras, na sua apostólica dedicação.
Por isso não cabe nenhuma malandragem jornalística ou política de misturar essas mulheres e esses homens santos, na sua vida pessoal e apostólica, com esses padres pedófilos. Esses últimos não representam a Igreja.
Quanto ao Papa Bento XVI, em que pese a sua concepção conservadora de mundo, ele é responsável por padres e bispos de todos os matizes ideológicos, daqueles que defendem ditaduras e donos de terras àqueles que são assassinados por defender os mais pobres, os sem-teto da Terra.
Ele representa o homem na sua beleza e na sua perversão. Representa cardeais comprometidos com o que há de mais sórdido na condição humana e o que há de mais atrasado e mais indigno no mundo da política e das finanças.
Mas, nunca é demais lembrar, que Bento XVI também representa milhões de homens e mulheres que acreditam na imortalidade da alma e que professam uma fé inquebrantável, capaz de realizar imensos sacrifícios para mantê-la viva e esperançosa.
Não considero plausível e nem correto do ponto de vista da ética atacar a Igreja nesse momento de dificuldades em que ela se encontra. Fica meio parecido com a hiena, que ri na sua animalidade, enquanto destroça os pedaços apodrecidos do animal putrefato.
Como se, ao redor, não tivesse vida sadia e abundante, ar fresco e rosas, além daquele odor e daquela cena dantesca. A Igreja permanecerá pelos séculos dos séculos, apesar desses vermes que devoraram crianças.
Acredito que Bento XVI saberá, nesse instante difícil para a sua Igreja, ser mais padre do que político. Creio que ele saberá distinguir o que é sadia exigência da sociedade, clamando punição aos padres pedófilos, e o que seja malandragem de quem quer golpear a Igreja e a sua história.
O velho Papa saberá que os cristãos e os seus amigos estão, aqui fora, apreensivos e solidários, exigindo que se separe o joio do trigo, mas que não se jogue o lixo para dentro dos muros. Porque “de boas intenções o inferno está cheio”.
*Moisés Diniz é autor do livro O Santo de Deus
e deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
A minha adolescência e parte da minha juventude, eu passei dentro de uma congregação religiosa. Os dias mais substantivos da minha vida. E o que tem a ver a minha adolescência religiosa com “as boas intenções de que o inferno está cheio”?
Apesar de abraçar uma fé, uma visão de mundo que não se testa, imaterial, intangível, pós-morte e espiritual, os nossos dias eram integrais, fecundos e ocupados por muita leitura e suor nas hortas e nas quadras de futebol.
Isso significa dizer que, enquanto a gente buscava ver a face secreta de Deus, na sua infinita espiritualidade, nós tínhamos que enfrentar problemas humanos, concretos e cotidianos.
Os pequeninos e terríveis piuns nas hortas, o sol escaldante, o frio nos banhos das 5 horas da madrugada e ainda enfrentávamos uma sexualidade reprimida em pleno vigor juvenil.
Ainda lembro que, uma vez por semana, substituíamos o leite por chá de capim santo (Cymbopogon citratus) no jantar, com pão, farofa de ovos e verdura colhida de nossa própria horta.
Nossos superiores diziam que era um ato de desprendimento material, vinculado ao nosso futuro voto de pobreza que, junto com a castidade e a obediência, nos tornavam verdadeiros discípulos de Jesus.
Mas tarde, meio como desencanto, descobri que aquele chá servia para refluir nossos instintos sexuais, com as suas propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, antidepressivas, diuréticas e expectorantes. Um excelente chá para acalmar o fogo da juventude.
Quando leio agora os horrores praticados por sacerdotes na Europa e nos Estados Unidos, eu fico consternado e lembro daquele tempo em que, para controlar a nossa sexualidade, era preciso beber chá de capim santo como se fosse um suplício.
Da vasta literatura que tive acesso, ainda lembro das biografias de veneráveis e santos da Igreja que venciam os dias e as noites com seus instrumentos de autoflagelo, de martirização do corpo.
Eles sonhavam em se aproximar da perfeição espiritual de Jesus, capaz de enfrentar as dores inimagináveis da cruz, instrumento de suplício que deu origem ao cristianismo.
Asssim, os religiosos buscavam formas diversas de combater e abater a sua sexualidade. Somente quem viveu aquela experiência, como uma passagem secreta entre o inferno e o céu, pode julgar o que se passa de dor, de desejo, de culpa e de aflição dentro dos muros dos mosteiros e dos conventos.
O que esses padres fizeram com aquelas crianças é tão hediondo que nenhuma punição terrena os alcançará. Como eles devotaram as suas vidas na busca pela salvação, a maior dor que eles sentirão será o fogo eterno da perdição no mais profundo dos infernos.
Então, eles sentirão a dor daquelas crianças, o seu desespero e a sua aflição infantil. Será o momento desses vermes de vestes brancas perceberem o sofrimento daquelas crianças surdas e mudas, daqueles meninos órfãos.
Eu que vivi aqueles anos dentro de uma casa religiosa, sei que esses padres nunca mais terão paz, os vivos e os mortos. A sua consciência os acordará nas madrugadas para ouvir o choro silencioso daquelas crianças. Eles não verão o rosto de Deus.
De parte da sociedade, das forças vivas do mundo laico, cabe exigir cadeia para esses padres. Que todo novo seminarista saiba, depois dessas punições da justiça dos homens, que nenhum crime de pedofilia ficará impune dentro dos mosteiros e dos conventos.
Quanto à Igreja em si, caberá discutir questões internas milenares, como o celibato e o controle social das atividades religiosas. Há verdadeiros tabus nessas questões e somente a Igreja será capaz de vencê-los.
Em 1123, foi declarada a nulidade de casamentos de padres. Mulheres, animais fêmeas, adolescentes belos e até instrumentos musicais foram proibidos nos mosteiros, a fim de diminuir a tentação aos religiosos.
Há opiniões para todos os gostos sobre a influência do celibato na consecução desses crimes de pedofilia. O que se destaca é a quantidade de casos cometidos por padres celibatários e o tempo em que esses crimes ficaram acobertados.
Quanto ao celibato, não entraremos no mérito do debate, por sua profundidade e suas ditas razões teológicas. Ficaremos na questão da ‘cultura do silêncio’ que envolve esses crimes.
A Igreja não pode continuar escondendo crimes contra crianças e achando que ela mesma será capaz de punir os seus padres pedófilos. Já provou que não é capaz, que padece nas mãos do corporativismo santo e do silêncio dos muros religiosos.
A sociedade precisa ter instrumentos de controle da atividade religiosa, porque a busca de Deus se dá através do corpo humano e de seus instrumentos físicos. Enquanto esses padres falavam o nome de Deus na homilia, eles abusavam de crianças nos fundos da sacristia.
O que a sociedade não pode e nem deve controlar é a profissão de fé das nossas igrejas. Esse é o sentimento que se reflete nas centenas de artigos e ensaios que brotam da indignação de cristãos e não cristãos.
Eles exigem um posicionamento mais explícito do Papa Bento XVI e dos seus cardeais. Eles precisam deixar claro que, além das punições aos padres pedófilos, a Igreja não permitirá mais esses crimes silenciosos dentro de seus muros sacrossantos. Esse é o clamor que se ouve nas redações dos jornais, nas escolas e universidades e nos grupos que formam opinião.
Mas, também ouvimos um clamor menor, não menos importante ou sólido. Não aceitaremos que os crimes desses padres pedófilos sejam usados para julgar a Igreja.
As conquistas milenares da Igreja Católica aqui no Ocidente não podem ser destruídas junto com esses crimes. Os padres pedófilos devem ser punidos e segregados do nosso convívio e os milhares de padres e religiosos, que não têm nada a ver com essa lama, devem ser respeitados e apoiados na sua fé e na sua opção de vida.
Milhões de crianças pobres e doentes, pelo mundo afora, foram protegidas, alimentadas, educadas e salvas por esses homens e essas mulheres, nos seus mosteiros, nas suas escolas e nos seus conventos. Eles dedicaram as suas vidas consagradas à vida frágil e pequenina do seu semelhante.
Mulheres pobres, mulheres prostituídas, povos indígenas segregados, ciganos, sem-terras e sem-tetos, sem-empregos e moradia, sem-nada. Todos esses homens e essas mulheres tiveram a proteção dos missionários, de padres, irmãos e freiras, na sua apostólica dedicação.
Por isso não cabe nenhuma malandragem jornalística ou política de misturar essas mulheres e esses homens santos, na sua vida pessoal e apostólica, com esses padres pedófilos. Esses últimos não representam a Igreja.
Quanto ao Papa Bento XVI, em que pese a sua concepção conservadora de mundo, ele é responsável por padres e bispos de todos os matizes ideológicos, daqueles que defendem ditaduras e donos de terras àqueles que são assassinados por defender os mais pobres, os sem-teto da Terra.
Ele representa o homem na sua beleza e na sua perversão. Representa cardeais comprometidos com o que há de mais sórdido na condição humana e o que há de mais atrasado e mais indigno no mundo da política e das finanças.
Mas, nunca é demais lembrar, que Bento XVI também representa milhões de homens e mulheres que acreditam na imortalidade da alma e que professam uma fé inquebrantável, capaz de realizar imensos sacrifícios para mantê-la viva e esperançosa.
Não considero plausível e nem correto do ponto de vista da ética atacar a Igreja nesse momento de dificuldades em que ela se encontra. Fica meio parecido com a hiena, que ri na sua animalidade, enquanto destroça os pedaços apodrecidos do animal putrefato.
Como se, ao redor, não tivesse vida sadia e abundante, ar fresco e rosas, além daquele odor e daquela cena dantesca. A Igreja permanecerá pelos séculos dos séculos, apesar desses vermes que devoraram crianças.
Acredito que Bento XVI saberá, nesse instante difícil para a sua Igreja, ser mais padre do que político. Creio que ele saberá distinguir o que é sadia exigência da sociedade, clamando punição aos padres pedófilos, e o que seja malandragem de quem quer golpear a Igreja e a sua história.
O velho Papa saberá que os cristãos e os seus amigos estão, aqui fora, apreensivos e solidários, exigindo que se separe o joio do trigo, mas que não se jogue o lixo para dentro dos muros. Porque “de boas intenções o inferno está cheio”.
*Moisés Diniz é autor do livro O Santo de Deus
e deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
domingo, 28 de março de 2010
Portanto, amo sem moderação!
Um dia ousei dizer que não me apaixonaria, mas não contava que conheceria alguém que me fizesse querer tomar outra dose desse sentimento.
Tentei convencê-lo que era desnecessário amar, porém fiz descobertas importantes.
Eu disse “Me traga os bons sentimentos do amor. Só quero a cereja desse bolo”. Talvez, tenha sido mais que um pedido e sim uma ordem.
Ele me respondeu com extrema firmeza: “Não há como trazer apenas o bom dele (amor). Os sentimentos bons do amor não se largam dos sentimentos adversos. Aqueles sentimentos que nos tornam tão humanos”.
Dias depois eu entendi a justificativa estranha que ele me deu.
No dia a dia fui aprendendo. O amor é aquilo que inclui a rotina, a saudade, as brigas bobas, o ciúme. Mas o amor inclui também os sentimentos mais prazerosos: o êxtase, o ápice e aquela sensação de não sentir nada depois de minutos intensos numa relação íntima e extasiante, mas esse “não sentir nada” é algo maravilhoso.
Não há como separar o amor de seus dissabores, mas são eles que o tornam tão extraordinário. Que o torna digno de adjetivos um pouco infantis. Adjetivos que são tão descritivos que chegam a ser explícitos.
Ah, e não me diga que não vale à pena se apaixonar por medo de se machucar. As coisas mais importantes que aprendemos na vida nos deram alguma queda.
Prova disso? Tá, quem nunca caiu da bicicleta sem rodinhas e depois aprendeu que se fizer de outro modo não caí?!
Do mesmo jeito é a estranha arte de amar. Às vezes nós caímos, nos machucamos, choramos e até sangramos, mas não quer dizer que por isso vamos deixar de tentar e tentar com aquela força de vontade típica de criança ao levantar e seguir adiante com a enorme vontade de conseguir.
Aprendi que os sabores e dissabores fazem parte. Se há reações adversas basta saber a dosagem que vamos manipular.
Portanto, amo sem moderação!
Nota: Nunca escrevi um texto nesse estilo, por isso, não precisa dar muita "moral" para as palavras acima.
E, antes que alguém diga algo: É apenas um texto que surgiu, que eu arrisquei deixar ultrapassar os meus arquivos do Word, as linhas do meu pensamento e sabe Deus porque quis publicar.
Tentei convencê-lo que era desnecessário amar, porém fiz descobertas importantes.
Eu disse “Me traga os bons sentimentos do amor. Só quero a cereja desse bolo”. Talvez, tenha sido mais que um pedido e sim uma ordem.
Ele me respondeu com extrema firmeza: “Não há como trazer apenas o bom dele (amor). Os sentimentos bons do amor não se largam dos sentimentos adversos. Aqueles sentimentos que nos tornam tão humanos”.
Dias depois eu entendi a justificativa estranha que ele me deu.
No dia a dia fui aprendendo. O amor é aquilo que inclui a rotina, a saudade, as brigas bobas, o ciúme. Mas o amor inclui também os sentimentos mais prazerosos: o êxtase, o ápice e aquela sensação de não sentir nada depois de minutos intensos numa relação íntima e extasiante, mas esse “não sentir nada” é algo maravilhoso.
Não há como separar o amor de seus dissabores, mas são eles que o tornam tão extraordinário. Que o torna digno de adjetivos um pouco infantis. Adjetivos que são tão descritivos que chegam a ser explícitos.
Ah, e não me diga que não vale à pena se apaixonar por medo de se machucar. As coisas mais importantes que aprendemos na vida nos deram alguma queda.
Prova disso? Tá, quem nunca caiu da bicicleta sem rodinhas e depois aprendeu que se fizer de outro modo não caí?!
Do mesmo jeito é a estranha arte de amar. Às vezes nós caímos, nos machucamos, choramos e até sangramos, mas não quer dizer que por isso vamos deixar de tentar e tentar com aquela força de vontade típica de criança ao levantar e seguir adiante com a enorme vontade de conseguir.
Aprendi que os sabores e dissabores fazem parte. Se há reações adversas basta saber a dosagem que vamos manipular.
Portanto, amo sem moderação!
Nota: Nunca escrevi um texto nesse estilo, por isso, não precisa dar muita "moral" para as palavras acima.
E, antes que alguém diga algo: É apenas um texto que surgiu, que eu arrisquei deixar ultrapassar os meus arquivos do Word, as linhas do meu pensamento e sabe Deus porque quis publicar.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Dirceu e as tempestades
O ex-ministro José Dirceu esteve no Acre nesta quinta-feira, 25, para participar de uma extensa agenda política. Veio para tentar ‘dar um gás’ na candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A chegada de Dirceu foi tão atribulada quanto os últimos anos de vida pública dele. O vôo que o trouxe ao Estado precisou enfrentar uma tempestade para conseguir pousar em Rio Branco.
Contudo, Dirceu encarou a tempestade com a mesma complacência que vem enfrentando o processo que culminou na cassação dele e no qual é acusado de participar do esquema do mensalão.
Durante uma entrevista o visitante ilustre disse que era inocente e ressaltou: “Sou inocente até que provem o contrário. No processo não há provas contra mim”.
Zé Dirceu diz que quando o processo do escândalo do mensalão for concluído ele vai pensar sobre o que vai fazer da vida política dele, por enquanto, o ex-ministro garante que tem uma vida que independe do fato de estar com cargo público.
O ex-ministro Dirceu afirma que esta trabalhando na consolidação da candidatura de Dilma Rousseff, mas fala sobre a candidatura num clima de “já ganhou”.
“Tenho certeza que a ministra Dilma será eleita”, aposta o ex-ministro.
Essa foi à quinta vez que Dirceu visitou o Acre.
A chegada de Dirceu foi tão atribulada quanto os últimos anos de vida pública dele. O vôo que o trouxe ao Estado precisou enfrentar uma tempestade para conseguir pousar em Rio Branco.
Contudo, Dirceu encarou a tempestade com a mesma complacência que vem enfrentando o processo que culminou na cassação dele e no qual é acusado de participar do esquema do mensalão.
Durante uma entrevista o visitante ilustre disse que era inocente e ressaltou: “Sou inocente até que provem o contrário. No processo não há provas contra mim”.
Zé Dirceu diz que quando o processo do escândalo do mensalão for concluído ele vai pensar sobre o que vai fazer da vida política dele, por enquanto, o ex-ministro garante que tem uma vida que independe do fato de estar com cargo público.
O ex-ministro Dirceu afirma que esta trabalhando na consolidação da candidatura de Dilma Rousseff, mas fala sobre a candidatura num clima de “já ganhou”.
“Tenho certeza que a ministra Dilma será eleita”, aposta o ex-ministro.
Essa foi à quinta vez que Dirceu visitou o Acre.
sábado, 20 de março de 2010
O daime, a polêmica e a minha revolta
O primeiro sentimento que tive ao ler as matérias das revistas Veja e Época sobre o Daime e o Caso Glauco, foi o de indignação.
Ambas marginalizaram o Daime e o colocaram com a doutrina como uma causadora de desordem e crimes absurdos.
Pois eu rebato as afirmações preconceituosa e extremamente equivocadas das revistas de circulação nacional.
No Acre, as pessoas que freqüentam o Santo Daime são normais, não são violentas e não saem por aí matando, roubando ou desordenando a paz.
Eu já tomei daime, creio que isso já tem uns dez anos posso afirmar que o chá não me fez sair por aí como uma louca ameaçando, matando ou criando o caos, pelo contrário, me lembro que na época fiquei chateada porque não senti nada de extraordinário a não ser uma paz nunca antes experimentada.
Me lembro que visitei a comunidade da Barquinha no dia que realizam uma festa em homenagem aos “erês”. Foi num dia de Natal, as pessoas confraternizavam, conversavam, riam e agradeciam. Naquele lugar não tinha espaço para a violência.
Por isso e por outros motivos que não explicitei aqui é que eu não admito ver o daime ser colocado como o culpado da barbárie cometida por um jovem que consumia drogas, sofria de distúrbios psíquicos e que planejou um ato desumano ao comprar uma arma de fogo com uma facilidade que não é colocada em discussão.
Se há culpados para a morte de Glauco e Raoni,além de Cadu, posso sugerir que seja culpado o Poder Público que não faz seu trabalho de fiscalizar e permite que armas de fogo sejam adquiradas com muita facilidade e ainda, que o narcotráfico seja um dos “ramos” empresariais mais rentáveis desse país.
Ambas marginalizaram o Daime e o colocaram com a doutrina como uma causadora de desordem e crimes absurdos.
Pois eu rebato as afirmações preconceituosa e extremamente equivocadas das revistas de circulação nacional.
No Acre, as pessoas que freqüentam o Santo Daime são normais, não são violentas e não saem por aí matando, roubando ou desordenando a paz.
Eu já tomei daime, creio que isso já tem uns dez anos posso afirmar que o chá não me fez sair por aí como uma louca ameaçando, matando ou criando o caos, pelo contrário, me lembro que na época fiquei chateada porque não senti nada de extraordinário a não ser uma paz nunca antes experimentada.
Me lembro que visitei a comunidade da Barquinha no dia que realizam uma festa em homenagem aos “erês”. Foi num dia de Natal, as pessoas confraternizavam, conversavam, riam e agradeciam. Naquele lugar não tinha espaço para a violência.
Por isso e por outros motivos que não explicitei aqui é que eu não admito ver o daime ser colocado como o culpado da barbárie cometida por um jovem que consumia drogas, sofria de distúrbios psíquicos e que planejou um ato desumano ao comprar uma arma de fogo com uma facilidade que não é colocada em discussão.
Se há culpados para a morte de Glauco e Raoni,além de Cadu, posso sugerir que seja culpado o Poder Público que não faz seu trabalho de fiscalizar e permite que armas de fogo sejam adquiradas com muita facilidade e ainda, que o narcotráfico seja um dos “ramos” empresariais mais rentáveis desse país.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Dilma e Marina disputam palanque no Acre
Nayanne Santana, O Estado de São Paulo*
A eleição deste ano no Acre poderá ter um cenário diferenciado. Os petistas Tião Viana, senador e candidato ao governo do Estado, e Jorge Viana, candidato ao Senado, podem ter duas presidenciáveis no palanque: a candidata do partido, Dilma Rousseff, e também Marina Silva, do PV, legenda coligada ao PT no Estado.
O diretório regional do PT afirma que dará apoio irrestrito à candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diz que não pode afirmar que Marina subirá no palanque dos irmãos Viana. Entretanto, a senadora, que é acreana, tem estreita relação de amizade com os petistas. O ex-governador Jorge Viana, porém, já declarou que seu voto é da ministra Dilma. Ele é um dos articuladores de campanha da petista na Região Norte.
Ao contrário dos outros Estados, no Acre o PV não terá candidatos ao governo, porque Marina tem apoio declarado à candidatura do senador petista. O PV também cogitou lançar o nome do deputado Henrique Afonso ao Senado, mas isso ainda não foi confirmado. Na incerteza, os filiados do PV garantem apoio à candidatura dos irmãos Viana.
*Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de São Paulo no dia 11 de março
A eleição deste ano no Acre poderá ter um cenário diferenciado. Os petistas Tião Viana, senador e candidato ao governo do Estado, e Jorge Viana, candidato ao Senado, podem ter duas presidenciáveis no palanque: a candidata do partido, Dilma Rousseff, e também Marina Silva, do PV, legenda coligada ao PT no Estado.
O diretório regional do PT afirma que dará apoio irrestrito à candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diz que não pode afirmar que Marina subirá no palanque dos irmãos Viana. Entretanto, a senadora, que é acreana, tem estreita relação de amizade com os petistas. O ex-governador Jorge Viana, porém, já declarou que seu voto é da ministra Dilma. Ele é um dos articuladores de campanha da petista na Região Norte.
Ao contrário dos outros Estados, no Acre o PV não terá candidatos ao governo, porque Marina tem apoio declarado à candidatura do senador petista. O PV também cogitou lançar o nome do deputado Henrique Afonso ao Senado, mas isso ainda não foi confirmado. Na incerteza, os filiados do PV garantem apoio à candidatura dos irmãos Viana.
*Matéria originalmente publicada no jornal O Estado de São Paulo no dia 11 de março
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