terça-feira, 20 de abril de 2010
Amor em doses homeopáticas
Nota: Descobri que o texto abaixo é da autora: Marla Queiroz, depois que ela me enviou um comentário aqui no blog.
É muito comum casais caírem na rotina após a sensação plena de segurança, de conquista definitiva. O que muita gente esquece é que amor também precisa de alimento. E alimentar uma história, assim como estudar, trabalhar e evoluir profissionalmente requer exercício diário e investimentos que não podem se afogar na tão proclamada “falta de tempo”.
Falta de tempo, no fundo, é falta de organização, e quando o tempo é escasso as pessoas resolvem o que elas acham que é mais importante, então por que depois de buscar tanto um amor e encontrá-lo, ele deixa de ser prioridade?
Existem várias maneiras de demonstrar afeto em meio a um dia turbulento. Você leva menos de um minuto pra digitar um SMS e não vai perder tanto tempo respondendo a um e-mail afetuoso no final do seu expediente.
Presentes fora de datas comemorativas, uma besteirinha qualquer, um bilhete na cabeceira da cama... Coisas que todos gostam de receber, mas se esquecem de dar. E pra quem gosta de dar e acha importante receber, é muito injusta a acusação da falta de compreensão por parte do outro!
Responsabilidades demais, todos temos, a forma como cada um administra sua vida é que faz a diferença na qualidade do seu namoro. Não é preciso esperar a relação entrar em crise pra querer reagir e se manifestar. Assim como numa empresa, o ideal seria prever e se prevenir. Muita coisa se desarmoniza desnecessariamente, até porque uma pessoa bem-sucedida profissionalmente, se ainda tiver um amor como abrigo no final de cada dia cansativo, vai enfrentar seus desafios no dia seguinte com muito mais vigor e alegria.
Se o amor tantas vezes é casa e aconchego, porque deixar que seu lar se desarrume a ponto de você e o outro não sentirem mais prazer em morar lá?
Nota: Recebi esse texto de uma amiga e decidi compartilhar com os meus poucos leitores.
domingo, 18 de abril de 2010
O mais-que-perfeito
Vinicius de Moraes
Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
Para um horizonte firme
(Comum, embora...)
Ah, quem me dera ir-me!
Ah, quem me dera amar-te
Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
Que não presumes...
Ah, quem me dera amar-te!
Ah, quem me dera ver-te
Sempre a meu lado
Sem precisar dizer-te
Jamais: cuidado...
Ah, quem me dera ver-te!
Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te...
Montevidéu, 01.11.1958
in Para viver um grande amor (crônicas e poemas)
in Poesia completa e prosa: "A lua de Montevidéu"
in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"
Ah, quem me dera ir-me
Contigo agora
Para um horizonte firme
(Comum, embora...)
Ah, quem me dera ir-me!
Ah, quem me dera amar-te
Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
Que não presumes...
Ah, quem me dera amar-te!
Ah, quem me dera ver-te
Sempre a meu lado
Sem precisar dizer-te
Jamais: cuidado...
Ah, quem me dera ver-te!
Ah, quem me dera ter-te
Como um lugar
Plantado num chão verde
Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te...
Montevidéu, 01.11.1958
in Para viver um grande amor (crônicas e poemas)
in Poesia completa e prosa: "A lua de Montevidéu"
in Poesia completa e prosa: "Cancioneiro"
quinta-feira, 15 de abril de 2010
O dia em que fiquei frente a frente com um pedófilo
Sempre deixo claro os meus sentimentos com relação aos pedófilos. Para mim, poderiam receber prisão perpétua, ter decretada a pena de morte ou, como sugeriu a minha amiga e colega de profissão Angélica Paiva, os pedófilos poderiam ser castrados quimicamente.
Enfim, se eu for expor aqui a minha repulsa por essas aberrações seria muito grosseira e certamente entraria numa discussão prolongada com os leitores, portanto, deixo apenas claro que tenho mesmo repulsa por pedófilos e ponto.
Essa semana fiquei frente a frente com um homem acusado de ter violentado duas filhas e senti as coisas mais estranhas que possam imaginar.
Quando vi o acusado logo pensei: Como um ser pode ser tão cruel e ainda mais com as próprias filhas?
Não achei nenhuma resposta racional, plausível.
Minutos depois eu vi esse homem diante de uma delegada, impassível. Ele não esboçava nenhuma reação e quanto mais tempo eu analisava a situação, pior eu me sentia.
Senti enjôos, náuseas e quis indagá-lo sobre os motivos que o levaram a cometer tal absurdo, mas eis que ele decidiu falar.
O acusado contou que era pai de oito filhos e que sabia que era a própria mulher que tinha procurado a polícia para denunciá-lo. Declarou-se inocente e disse que nunca fez nada contra as filhas.
Por Deus, quase caí naquela história, mas ele falava muito tranquilo. Não notei nenhum pesar ou revolta por “estar preso injustamente”, tendo em vista que ele se declarava inocente.
Minutos depois vi que talvez ele não estivesse falando a verdade. Nunca se sabe, não posso aqui parecer que tenho a razão, mas naquele momento julguei, não posso negar.
Quem estava ali não era uma repórter, uma jornalista. Ali estava uma cidadã chocada e que acabou julgando que aquele homem mentia.
Depois dessa experiência, posso garantir: Não suportaria ficar no mesmo lugar que um pedófilo se eu soubesse que ele cometeu um crime como esse.
Nesta quinta-feira, dia 15, fui surpreendida pela notícia de que o homem acusado de pedofilia havia sido currado dentro do presídio. (Currado é o termo usado quando um homem é violentado sexualmente).
Pois é, me impressiono com esse “código” que existe dentro dos presídios de Rio Branco. Eles têm a sentença certa para os que cometem crimes sexuais.
Se nem os próprios reeducandos não aceitam esse tipo de crime, imaginem um cidadão de bem que não deve nada para a Justiça.
Ainda quero acreditar que os políticos desse país farão algo de concreto com relação aos crimes sexuais contra crianças. Leis mais duras seriam o mínimo que os parlamentares deveriam propor, votar e tornar lei.
Enfim, se eu for expor aqui a minha repulsa por essas aberrações seria muito grosseira e certamente entraria numa discussão prolongada com os leitores, portanto, deixo apenas claro que tenho mesmo repulsa por pedófilos e ponto.
Essa semana fiquei frente a frente com um homem acusado de ter violentado duas filhas e senti as coisas mais estranhas que possam imaginar.
Quando vi o acusado logo pensei: Como um ser pode ser tão cruel e ainda mais com as próprias filhas?
Não achei nenhuma resposta racional, plausível.
Minutos depois eu vi esse homem diante de uma delegada, impassível. Ele não esboçava nenhuma reação e quanto mais tempo eu analisava a situação, pior eu me sentia.
Senti enjôos, náuseas e quis indagá-lo sobre os motivos que o levaram a cometer tal absurdo, mas eis que ele decidiu falar.
O acusado contou que era pai de oito filhos e que sabia que era a própria mulher que tinha procurado a polícia para denunciá-lo. Declarou-se inocente e disse que nunca fez nada contra as filhas.
Por Deus, quase caí naquela história, mas ele falava muito tranquilo. Não notei nenhum pesar ou revolta por “estar preso injustamente”, tendo em vista que ele se declarava inocente.
Minutos depois vi que talvez ele não estivesse falando a verdade. Nunca se sabe, não posso aqui parecer que tenho a razão, mas naquele momento julguei, não posso negar.
Quem estava ali não era uma repórter, uma jornalista. Ali estava uma cidadã chocada e que acabou julgando que aquele homem mentia.
Depois dessa experiência, posso garantir: Não suportaria ficar no mesmo lugar que um pedófilo se eu soubesse que ele cometeu um crime como esse.
Nesta quinta-feira, dia 15, fui surpreendida pela notícia de que o homem acusado de pedofilia havia sido currado dentro do presídio. (Currado é o termo usado quando um homem é violentado sexualmente).
Pois é, me impressiono com esse “código” que existe dentro dos presídios de Rio Branco. Eles têm a sentença certa para os que cometem crimes sexuais.
Se nem os próprios reeducandos não aceitam esse tipo de crime, imaginem um cidadão de bem que não deve nada para a Justiça.
Ainda quero acreditar que os políticos desse país farão algo de concreto com relação aos crimes sexuais contra crianças. Leis mais duras seriam o mínimo que os parlamentares deveriam propor, votar e tornar lei.
domingo, 11 de abril de 2010
H1N1: igrejas proíbem vacinação
Gilberto Lobo
Igrejas evangélicas do Acre entraram em consenso e proibiram fiéis de se vacinarem contra a gripe suína. A informação foi repassada pela enfermeira Úrsula do Centro de Saúde Gentil Perdomo, domingo (10). Segundo ela, na última sexta-feira (9), evangélicos revoltaram-se quando uma criança foi vacinada.
Isso pode prejudicar o alcance da meta de imunização estipulada pelo estado. No blog da União de Blogueiros Evangélicos foi publicado um vídeo que mostra uma criança que morreu no Pará. Ela teria tomado a vacina contra H1N1 e ficou debilitada. Na legenda, está escrito: “Muitos morreram e agora milhares de pessoas denunciam os efeitos colaterais da vacina que segundo relatos mata mais que a gripe”.
A campanha se chama: “H1N1 - Redução populacional em massa”. Num fórum de internet, um pastor explica que “na Bíblia, tudo relacionado a porco é obra do diabo, como também hoje, essa gripe de PORCO, é obra mentirosa dele”. Ele cita ainda que “quem habita entre as sepulturas e passa as noites junto aos lugares secretos; come carne de porco e tem caldo de coisas abomináveis nos seus vasos;” Isaías 65:4.
Na teoria espalhada nas igrejas, o porco foi utilizado porque tem órgãos parecidos com os de humanos o que facilitaria a pandemia. O primeiro animal utilizado nas pesquisas foi a galinha. “E ainda existem neste mundo organizações secretas que estão deliberadamente incumbidas de fazer acontecer os seus planos maléficos, doa a quem doer: Os Illuminati.
Vários governos mundiais estão sob o domínio dessas organizações e há um cronograma a ser seguido para a implantação de seus intentos, e um deles é deixar a humanidade em pânico. Conforme a teoria espalhada nas igrejas, “depois do flagelo virá a temida terceira grande guerra mundial que ceifará bilhões de vidas inocentes, porém para que ninguém saiba disso é preciso fazer uma espécie de teatro, onde o mundo ache que exista um lado bonzinho e outro mau, estão enganando a todos, com suas tramas fajutas”.
Illuminati
A Wikipédia diz que Illuminati, do plural illuminatus (aquele que é iluminado), é o nome dado a diversos grupos, alguns históricos outros modernos, poucos verdadeiros e muitos fictícios. Mais comumente, contudo, o termo Illuminati tem sido empregado especificamente para referir-se aos Illuminati da Baviera.
E diz ainda que eles são uma organização conspiracional que controlaria os assuntos mundiais secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos Illuminati bávaros. O nome Illuminati é algumas vezes empregado como sinônimo de Nova Ordem Mundial, que é organizado por pessoas consideradas satanistas por seu nome e suas origens (a palavra “Satã” vem do Hebraico, que quer dizer Opositor, no caso, Opositor da igreja, indo contra seus propósito e pregações equivocadas), com os objetivos primários de unir o mundo em uma única regência (A Nova Ordem Mundial) que se baseia em um modelo político onde todos são iguais.
Mortes
Conforme dados do Ministério da saúde, a Região Norte foi a que mais registrou óbitos neste ano, totalizando 33 casos. De acordo com o Ministério da Saúde, a causa é o período de chuvas na região, o que estimula a aglomeração de pessoas e facilita a circulação do vírus. Em segundo lugar, ficou a Região Sul, com oito casos (16%).
O Norte também liderou em número de casos graves. Dos 361 casos, 203 foram registrados na região. Três estados do Norte – Rondônia, Acre e Amazonas - também aparecem entre as unidades da Federação com a menor cobertura de vacinação da gripe suína, iniciada no dia 8 de março. Na justificativa do Ministério, a dificuldade de acesso às comunidades do interior dos estados amazônicos é uma das causas da baixa cobertura vacinal.
Dia D
O Dia D da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe H1N1 foi realizado neste sábado,10, em todo o país. No Acre a meta é vacinar 80% do total de 352.780 pessoas. A única contraindicação é para pessoas com histórico de alergia à proteína do ovo de galinha.
*Matéria publicada no Jornal A Tribuna, de Rio Branco/AC.
Igrejas evangélicas do Acre entraram em consenso e proibiram fiéis de se vacinarem contra a gripe suína. A informação foi repassada pela enfermeira Úrsula do Centro de Saúde Gentil Perdomo, domingo (10). Segundo ela, na última sexta-feira (9), evangélicos revoltaram-se quando uma criança foi vacinada.
Isso pode prejudicar o alcance da meta de imunização estipulada pelo estado. No blog da União de Blogueiros Evangélicos foi publicado um vídeo que mostra uma criança que morreu no Pará. Ela teria tomado a vacina contra H1N1 e ficou debilitada. Na legenda, está escrito: “Muitos morreram e agora milhares de pessoas denunciam os efeitos colaterais da vacina que segundo relatos mata mais que a gripe”.
A campanha se chama: “H1N1 - Redução populacional em massa”. Num fórum de internet, um pastor explica que “na Bíblia, tudo relacionado a porco é obra do diabo, como também hoje, essa gripe de PORCO, é obra mentirosa dele”. Ele cita ainda que “quem habita entre as sepulturas e passa as noites junto aos lugares secretos; come carne de porco e tem caldo de coisas abomináveis nos seus vasos;” Isaías 65:4.
Na teoria espalhada nas igrejas, o porco foi utilizado porque tem órgãos parecidos com os de humanos o que facilitaria a pandemia. O primeiro animal utilizado nas pesquisas foi a galinha. “E ainda existem neste mundo organizações secretas que estão deliberadamente incumbidas de fazer acontecer os seus planos maléficos, doa a quem doer: Os Illuminati.
Vários governos mundiais estão sob o domínio dessas organizações e há um cronograma a ser seguido para a implantação de seus intentos, e um deles é deixar a humanidade em pânico. Conforme a teoria espalhada nas igrejas, “depois do flagelo virá a temida terceira grande guerra mundial que ceifará bilhões de vidas inocentes, porém para que ninguém saiba disso é preciso fazer uma espécie de teatro, onde o mundo ache que exista um lado bonzinho e outro mau, estão enganando a todos, com suas tramas fajutas”.
Illuminati
A Wikipédia diz que Illuminati, do plural illuminatus (aquele que é iluminado), é o nome dado a diversos grupos, alguns históricos outros modernos, poucos verdadeiros e muitos fictícios. Mais comumente, contudo, o termo Illuminati tem sido empregado especificamente para referir-se aos Illuminati da Baviera.
E diz ainda que eles são uma organização conspiracional que controlaria os assuntos mundiais secretamente, normalmente como versão moderna ou como continuação dos Illuminati bávaros. O nome Illuminati é algumas vezes empregado como sinônimo de Nova Ordem Mundial, que é organizado por pessoas consideradas satanistas por seu nome e suas origens (a palavra “Satã” vem do Hebraico, que quer dizer Opositor, no caso, Opositor da igreja, indo contra seus propósito e pregações equivocadas), com os objetivos primários de unir o mundo em uma única regência (A Nova Ordem Mundial) que se baseia em um modelo político onde todos são iguais.
Mortes
Conforme dados do Ministério da saúde, a Região Norte foi a que mais registrou óbitos neste ano, totalizando 33 casos. De acordo com o Ministério da Saúde, a causa é o período de chuvas na região, o que estimula a aglomeração de pessoas e facilita a circulação do vírus. Em segundo lugar, ficou a Região Sul, com oito casos (16%).
O Norte também liderou em número de casos graves. Dos 361 casos, 203 foram registrados na região. Três estados do Norte – Rondônia, Acre e Amazonas - também aparecem entre as unidades da Federação com a menor cobertura de vacinação da gripe suína, iniciada no dia 8 de março. Na justificativa do Ministério, a dificuldade de acesso às comunidades do interior dos estados amazônicos é uma das causas da baixa cobertura vacinal.
Dia D
O Dia D da Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe H1N1 foi realizado neste sábado,10, em todo o país. No Acre a meta é vacinar 80% do total de 352.780 pessoas. A única contraindicação é para pessoas com histórico de alergia à proteína do ovo de galinha.
*Matéria publicada no Jornal A Tribuna, de Rio Branco/AC.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Rodoviária e Hospital no mesmo local?!
Às vezes preciso trafegar pela Via Verde [a via da morte] para chegar mais rápido ao centro da cidade e num dia desses de pressa para cumprir horários parei para notar uma coisa estranha: a rodoviária internacional que esta sendo construída aqui em Rio Branco fica de frente com a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º Distrito. Ambas estão na Via Verde, no Segundo Distrito de Rio Branco.
Ora, mas peraí. Um hospital e uma rodoviária bem de frente um para o outro? Acho isso no mínimo bizarro.
Quem viaja sabe como são os ambientes próximos às rodoviárias. São áreas infestadas de pensões, hotéis e congêneres. Essa com certeza não será diferente. Daqui a pouco teremos um bocado de amontoados de prédios por ali, aposto.
Outra coisa estranha que é mais bizarra ainda: Essa será uma rodoviária INTERNACIONAL segundo informou a prefeitura de Rio Branco. Hum...Isso me leva a crer que, obviamente, teremos pessoas de outros países circulando por ali. Perfeito! Serão vírus e mais vírus transitando facilmente num ambiente bem propício: próximo a uma unidade saúde.
Não precisa ser especialista na área de saúde para saber que com um ambiente assim, a probabilidade de um paciente ter infecção hospitalar naquela unidade será, digamos, considerável.
Pois é, aí eu me pergunto: E agora senhor governador? E agora senhor prefeito? A culpa é de quem?
Ora, mas peraí. Um hospital e uma rodoviária bem de frente um para o outro? Acho isso no mínimo bizarro.
Quem viaja sabe como são os ambientes próximos às rodoviárias. São áreas infestadas de pensões, hotéis e congêneres. Essa com certeza não será diferente. Daqui a pouco teremos um bocado de amontoados de prédios por ali, aposto.
Outra coisa estranha que é mais bizarra ainda: Essa será uma rodoviária INTERNACIONAL segundo informou a prefeitura de Rio Branco. Hum...Isso me leva a crer que, obviamente, teremos pessoas de outros países circulando por ali. Perfeito! Serão vírus e mais vírus transitando facilmente num ambiente bem propício: próximo a uma unidade saúde.
Não precisa ser especialista na área de saúde para saber que com um ambiente assim, a probabilidade de um paciente ter infecção hospitalar naquela unidade será, digamos, considerável.
Pois é, aí eu me pergunto: E agora senhor governador? E agora senhor prefeito? A culpa é de quem?
sábado, 3 de abril de 2010
Igreja e Pedofilia
Moisés Diniz *
A minha adolescência e parte da minha juventude, eu passei dentro de uma congregação religiosa. Os dias mais substantivos da minha vida. E o que tem a ver a minha adolescência religiosa com “as boas intenções de que o inferno está cheio”?
Apesar de abraçar uma fé, uma visão de mundo que não se testa, imaterial, intangível, pós-morte e espiritual, os nossos dias eram integrais, fecundos e ocupados por muita leitura e suor nas hortas e nas quadras de futebol.
Isso significa dizer que, enquanto a gente buscava ver a face secreta de Deus, na sua infinita espiritualidade, nós tínhamos que enfrentar problemas humanos, concretos e cotidianos.
Os pequeninos e terríveis piuns nas hortas, o sol escaldante, o frio nos banhos das 5 horas da madrugada e ainda enfrentávamos uma sexualidade reprimida em pleno vigor juvenil.
Ainda lembro que, uma vez por semana, substituíamos o leite por chá de capim santo (Cymbopogon citratus) no jantar, com pão, farofa de ovos e verdura colhida de nossa própria horta.
Nossos superiores diziam que era um ato de desprendimento material, vinculado ao nosso futuro voto de pobreza que, junto com a castidade e a obediência, nos tornavam verdadeiros discípulos de Jesus.
Mas tarde, meio como desencanto, descobri que aquele chá servia para refluir nossos instintos sexuais, com as suas propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, antidepressivas, diuréticas e expectorantes. Um excelente chá para acalmar o fogo da juventude.
Quando leio agora os horrores praticados por sacerdotes na Europa e nos Estados Unidos, eu fico consternado e lembro daquele tempo em que, para controlar a nossa sexualidade, era preciso beber chá de capim santo como se fosse um suplício.
Da vasta literatura que tive acesso, ainda lembro das biografias de veneráveis e santos da Igreja que venciam os dias e as noites com seus instrumentos de autoflagelo, de martirização do corpo.
Eles sonhavam em se aproximar da perfeição espiritual de Jesus, capaz de enfrentar as dores inimagináveis da cruz, instrumento de suplício que deu origem ao cristianismo.
Asssim, os religiosos buscavam formas diversas de combater e abater a sua sexualidade. Somente quem viveu aquela experiência, como uma passagem secreta entre o inferno e o céu, pode julgar o que se passa de dor, de desejo, de culpa e de aflição dentro dos muros dos mosteiros e dos conventos.
O que esses padres fizeram com aquelas crianças é tão hediondo que nenhuma punição terrena os alcançará. Como eles devotaram as suas vidas na busca pela salvação, a maior dor que eles sentirão será o fogo eterno da perdição no mais profundo dos infernos.
Então, eles sentirão a dor daquelas crianças, o seu desespero e a sua aflição infantil. Será o momento desses vermes de vestes brancas perceberem o sofrimento daquelas crianças surdas e mudas, daqueles meninos órfãos.
Eu que vivi aqueles anos dentro de uma casa religiosa, sei que esses padres nunca mais terão paz, os vivos e os mortos. A sua consciência os acordará nas madrugadas para ouvir o choro silencioso daquelas crianças. Eles não verão o rosto de Deus.
De parte da sociedade, das forças vivas do mundo laico, cabe exigir cadeia para esses padres. Que todo novo seminarista saiba, depois dessas punições da justiça dos homens, que nenhum crime de pedofilia ficará impune dentro dos mosteiros e dos conventos.
Quanto à Igreja em si, caberá discutir questões internas milenares, como o celibato e o controle social das atividades religiosas. Há verdadeiros tabus nessas questões e somente a Igreja será capaz de vencê-los.
Em 1123, foi declarada a nulidade de casamentos de padres. Mulheres, animais fêmeas, adolescentes belos e até instrumentos musicais foram proibidos nos mosteiros, a fim de diminuir a tentação aos religiosos.
Há opiniões para todos os gostos sobre a influência do celibato na consecução desses crimes de pedofilia. O que se destaca é a quantidade de casos cometidos por padres celibatários e o tempo em que esses crimes ficaram acobertados.
Quanto ao celibato, não entraremos no mérito do debate, por sua profundidade e suas ditas razões teológicas. Ficaremos na questão da ‘cultura do silêncio’ que envolve esses crimes.
A Igreja não pode continuar escondendo crimes contra crianças e achando que ela mesma será capaz de punir os seus padres pedófilos. Já provou que não é capaz, que padece nas mãos do corporativismo santo e do silêncio dos muros religiosos.
A sociedade precisa ter instrumentos de controle da atividade religiosa, porque a busca de Deus se dá através do corpo humano e de seus instrumentos físicos. Enquanto esses padres falavam o nome de Deus na homilia, eles abusavam de crianças nos fundos da sacristia.
O que a sociedade não pode e nem deve controlar é a profissão de fé das nossas igrejas. Esse é o sentimento que se reflete nas centenas de artigos e ensaios que brotam da indignação de cristãos e não cristãos.
Eles exigem um posicionamento mais explícito do Papa Bento XVI e dos seus cardeais. Eles precisam deixar claro que, além das punições aos padres pedófilos, a Igreja não permitirá mais esses crimes silenciosos dentro de seus muros sacrossantos. Esse é o clamor que se ouve nas redações dos jornais, nas escolas e universidades e nos grupos que formam opinião.
Mas, também ouvimos um clamor menor, não menos importante ou sólido. Não aceitaremos que os crimes desses padres pedófilos sejam usados para julgar a Igreja.
As conquistas milenares da Igreja Católica aqui no Ocidente não podem ser destruídas junto com esses crimes. Os padres pedófilos devem ser punidos e segregados do nosso convívio e os milhares de padres e religiosos, que não têm nada a ver com essa lama, devem ser respeitados e apoiados na sua fé e na sua opção de vida.
Milhões de crianças pobres e doentes, pelo mundo afora, foram protegidas, alimentadas, educadas e salvas por esses homens e essas mulheres, nos seus mosteiros, nas suas escolas e nos seus conventos. Eles dedicaram as suas vidas consagradas à vida frágil e pequenina do seu semelhante.
Mulheres pobres, mulheres prostituídas, povos indígenas segregados, ciganos, sem-terras e sem-tetos, sem-empregos e moradia, sem-nada. Todos esses homens e essas mulheres tiveram a proteção dos missionários, de padres, irmãos e freiras, na sua apostólica dedicação.
Por isso não cabe nenhuma malandragem jornalística ou política de misturar essas mulheres e esses homens santos, na sua vida pessoal e apostólica, com esses padres pedófilos. Esses últimos não representam a Igreja.
Quanto ao Papa Bento XVI, em que pese a sua concepção conservadora de mundo, ele é responsável por padres e bispos de todos os matizes ideológicos, daqueles que defendem ditaduras e donos de terras àqueles que são assassinados por defender os mais pobres, os sem-teto da Terra.
Ele representa o homem na sua beleza e na sua perversão. Representa cardeais comprometidos com o que há de mais sórdido na condição humana e o que há de mais atrasado e mais indigno no mundo da política e das finanças.
Mas, nunca é demais lembrar, que Bento XVI também representa milhões de homens e mulheres que acreditam na imortalidade da alma e que professam uma fé inquebrantável, capaz de realizar imensos sacrifícios para mantê-la viva e esperançosa.
Não considero plausível e nem correto do ponto de vista da ética atacar a Igreja nesse momento de dificuldades em que ela se encontra. Fica meio parecido com a hiena, que ri na sua animalidade, enquanto destroça os pedaços apodrecidos do animal putrefato.
Como se, ao redor, não tivesse vida sadia e abundante, ar fresco e rosas, além daquele odor e daquela cena dantesca. A Igreja permanecerá pelos séculos dos séculos, apesar desses vermes que devoraram crianças.
Acredito que Bento XVI saberá, nesse instante difícil para a sua Igreja, ser mais padre do que político. Creio que ele saberá distinguir o que é sadia exigência da sociedade, clamando punição aos padres pedófilos, e o que seja malandragem de quem quer golpear a Igreja e a sua história.
O velho Papa saberá que os cristãos e os seus amigos estão, aqui fora, apreensivos e solidários, exigindo que se separe o joio do trigo, mas que não se jogue o lixo para dentro dos muros. Porque “de boas intenções o inferno está cheio”.
*Moisés Diniz é autor do livro O Santo de Deus
e deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
A minha adolescência e parte da minha juventude, eu passei dentro de uma congregação religiosa. Os dias mais substantivos da minha vida. E o que tem a ver a minha adolescência religiosa com “as boas intenções de que o inferno está cheio”?
Apesar de abraçar uma fé, uma visão de mundo que não se testa, imaterial, intangível, pós-morte e espiritual, os nossos dias eram integrais, fecundos e ocupados por muita leitura e suor nas hortas e nas quadras de futebol.
Isso significa dizer que, enquanto a gente buscava ver a face secreta de Deus, na sua infinita espiritualidade, nós tínhamos que enfrentar problemas humanos, concretos e cotidianos.
Os pequeninos e terríveis piuns nas hortas, o sol escaldante, o frio nos banhos das 5 horas da madrugada e ainda enfrentávamos uma sexualidade reprimida em pleno vigor juvenil.
Ainda lembro que, uma vez por semana, substituíamos o leite por chá de capim santo (Cymbopogon citratus) no jantar, com pão, farofa de ovos e verdura colhida de nossa própria horta.
Nossos superiores diziam que era um ato de desprendimento material, vinculado ao nosso futuro voto de pobreza que, junto com a castidade e a obediência, nos tornavam verdadeiros discípulos de Jesus.
Mas tarde, meio como desencanto, descobri que aquele chá servia para refluir nossos instintos sexuais, com as suas propriedades febrífugas, sudoríficas, analgésicas, calmantes, antidepressivas, diuréticas e expectorantes. Um excelente chá para acalmar o fogo da juventude.
Quando leio agora os horrores praticados por sacerdotes na Europa e nos Estados Unidos, eu fico consternado e lembro daquele tempo em que, para controlar a nossa sexualidade, era preciso beber chá de capim santo como se fosse um suplício.
Da vasta literatura que tive acesso, ainda lembro das biografias de veneráveis e santos da Igreja que venciam os dias e as noites com seus instrumentos de autoflagelo, de martirização do corpo.
Eles sonhavam em se aproximar da perfeição espiritual de Jesus, capaz de enfrentar as dores inimagináveis da cruz, instrumento de suplício que deu origem ao cristianismo.
Asssim, os religiosos buscavam formas diversas de combater e abater a sua sexualidade. Somente quem viveu aquela experiência, como uma passagem secreta entre o inferno e o céu, pode julgar o que se passa de dor, de desejo, de culpa e de aflição dentro dos muros dos mosteiros e dos conventos.
O que esses padres fizeram com aquelas crianças é tão hediondo que nenhuma punição terrena os alcançará. Como eles devotaram as suas vidas na busca pela salvação, a maior dor que eles sentirão será o fogo eterno da perdição no mais profundo dos infernos.
Então, eles sentirão a dor daquelas crianças, o seu desespero e a sua aflição infantil. Será o momento desses vermes de vestes brancas perceberem o sofrimento daquelas crianças surdas e mudas, daqueles meninos órfãos.
Eu que vivi aqueles anos dentro de uma casa religiosa, sei que esses padres nunca mais terão paz, os vivos e os mortos. A sua consciência os acordará nas madrugadas para ouvir o choro silencioso daquelas crianças. Eles não verão o rosto de Deus.
De parte da sociedade, das forças vivas do mundo laico, cabe exigir cadeia para esses padres. Que todo novo seminarista saiba, depois dessas punições da justiça dos homens, que nenhum crime de pedofilia ficará impune dentro dos mosteiros e dos conventos.
Quanto à Igreja em si, caberá discutir questões internas milenares, como o celibato e o controle social das atividades religiosas. Há verdadeiros tabus nessas questões e somente a Igreja será capaz de vencê-los.
Em 1123, foi declarada a nulidade de casamentos de padres. Mulheres, animais fêmeas, adolescentes belos e até instrumentos musicais foram proibidos nos mosteiros, a fim de diminuir a tentação aos religiosos.
Há opiniões para todos os gostos sobre a influência do celibato na consecução desses crimes de pedofilia. O que se destaca é a quantidade de casos cometidos por padres celibatários e o tempo em que esses crimes ficaram acobertados.
Quanto ao celibato, não entraremos no mérito do debate, por sua profundidade e suas ditas razões teológicas. Ficaremos na questão da ‘cultura do silêncio’ que envolve esses crimes.
A Igreja não pode continuar escondendo crimes contra crianças e achando que ela mesma será capaz de punir os seus padres pedófilos. Já provou que não é capaz, que padece nas mãos do corporativismo santo e do silêncio dos muros religiosos.
A sociedade precisa ter instrumentos de controle da atividade religiosa, porque a busca de Deus se dá através do corpo humano e de seus instrumentos físicos. Enquanto esses padres falavam o nome de Deus na homilia, eles abusavam de crianças nos fundos da sacristia.
O que a sociedade não pode e nem deve controlar é a profissão de fé das nossas igrejas. Esse é o sentimento que se reflete nas centenas de artigos e ensaios que brotam da indignação de cristãos e não cristãos.
Eles exigem um posicionamento mais explícito do Papa Bento XVI e dos seus cardeais. Eles precisam deixar claro que, além das punições aos padres pedófilos, a Igreja não permitirá mais esses crimes silenciosos dentro de seus muros sacrossantos. Esse é o clamor que se ouve nas redações dos jornais, nas escolas e universidades e nos grupos que formam opinião.
Mas, também ouvimos um clamor menor, não menos importante ou sólido. Não aceitaremos que os crimes desses padres pedófilos sejam usados para julgar a Igreja.
As conquistas milenares da Igreja Católica aqui no Ocidente não podem ser destruídas junto com esses crimes. Os padres pedófilos devem ser punidos e segregados do nosso convívio e os milhares de padres e religiosos, que não têm nada a ver com essa lama, devem ser respeitados e apoiados na sua fé e na sua opção de vida.
Milhões de crianças pobres e doentes, pelo mundo afora, foram protegidas, alimentadas, educadas e salvas por esses homens e essas mulheres, nos seus mosteiros, nas suas escolas e nos seus conventos. Eles dedicaram as suas vidas consagradas à vida frágil e pequenina do seu semelhante.
Mulheres pobres, mulheres prostituídas, povos indígenas segregados, ciganos, sem-terras e sem-tetos, sem-empregos e moradia, sem-nada. Todos esses homens e essas mulheres tiveram a proteção dos missionários, de padres, irmãos e freiras, na sua apostólica dedicação.
Por isso não cabe nenhuma malandragem jornalística ou política de misturar essas mulheres e esses homens santos, na sua vida pessoal e apostólica, com esses padres pedófilos. Esses últimos não representam a Igreja.
Quanto ao Papa Bento XVI, em que pese a sua concepção conservadora de mundo, ele é responsável por padres e bispos de todos os matizes ideológicos, daqueles que defendem ditaduras e donos de terras àqueles que são assassinados por defender os mais pobres, os sem-teto da Terra.
Ele representa o homem na sua beleza e na sua perversão. Representa cardeais comprometidos com o que há de mais sórdido na condição humana e o que há de mais atrasado e mais indigno no mundo da política e das finanças.
Mas, nunca é demais lembrar, que Bento XVI também representa milhões de homens e mulheres que acreditam na imortalidade da alma e que professam uma fé inquebrantável, capaz de realizar imensos sacrifícios para mantê-la viva e esperançosa.
Não considero plausível e nem correto do ponto de vista da ética atacar a Igreja nesse momento de dificuldades em que ela se encontra. Fica meio parecido com a hiena, que ri na sua animalidade, enquanto destroça os pedaços apodrecidos do animal putrefato.
Como se, ao redor, não tivesse vida sadia e abundante, ar fresco e rosas, além daquele odor e daquela cena dantesca. A Igreja permanecerá pelos séculos dos séculos, apesar desses vermes que devoraram crianças.
Acredito que Bento XVI saberá, nesse instante difícil para a sua Igreja, ser mais padre do que político. Creio que ele saberá distinguir o que é sadia exigência da sociedade, clamando punição aos padres pedófilos, e o que seja malandragem de quem quer golpear a Igreja e a sua história.
O velho Papa saberá que os cristãos e os seus amigos estão, aqui fora, apreensivos e solidários, exigindo que se separe o joio do trigo, mas que não se jogue o lixo para dentro dos muros. Porque “de boas intenções o inferno está cheio”.
*Moisés Diniz é autor do livro O Santo de Deus
e deputado estadual pelo PCdoB do Acre.
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