terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Fim de uma jornada, início de um desafio

É chagada a hora de juntar papéis, anotações e fazer backup de todos os arquivos que estão nos computadores que usei nos últimos meses.

Sim, acabou a fase repórter e sub-editora do Jornal A Tribuna e agora eu sigo para uma nova jornada desafiadora com o carinho e apoio de pessoas maravilhosas no site Agazeta.net.

Na antiga redação não deixo amigos porque todos aqueles que eu quero bem vão comigo aonde quer que eu vá. Se não levo comigo, não teve importância, isso é fato!

Uma coisa eu não sou, falsa! Não tenho “meio” amigos. Já disse nesse blog que detesto meio termo. Ou é, ou não é! Para mim é simples assim.

Nos dois anos que passei nesse prédio que está sempre em reforma rsrs, sem dúvidas, aprendi muito sobre relacionamento entre seres humanos, sobre ética e conduta no local de trabalho.

Caso alguém me pergunte se me arrependo de qualquer atitude que tomei aqui eu digo, sem pestanejar: Me arrependo é de não ter feito mais, principalmente em situações extremas.

Me doei por inteira a esse projeto e o respeito que tenho por esse jornal vai mais além do que qualquer um pode supor, porque foi aqui que tive espaço depois que eu era recém-saída da faculdade. Se hoje alguém me quer numa equipe é porque teve a oportunidade de ler ou ver um trabalho feito por mim na Tribuna.

Talvez, as únicas pessoas que sabem dessa dedicação pelo jornal sejam os meus familiares. Eles foram privados da minha presença inúmeras vezes porque eu chegava sempre atrasada nas festas, jantares ou simples reuniões da família. Mas todos eles sabem que eu arrumava um jeitinho para revê-los e me fazer presente.

Nesses dois anos chorei, sofri, voltei pra casa decepcionada, irritada e estressada. Levei rasteiras e alguns desaforos para casa. Quis berrar, quis sumir, mas sobrevivi a todas as turbulências e estou aqui podendo compartilhar tudo isso com vocês.

Nesses 24 meses também sorri muito, conquistei preciosidades como meus mais que amigos e companheiros Gilberto e Debora. Aprendi com pessoas simples, ouvi estórias emocionantes, outras tristes e algumas engraçadas.

Passei horas acordada, cumprindo uma maratona muito louca, mas olhava para o lado e via que tinha o apoio das pessoas certas. Elas me diziam que sem esforço não há crescimento. Pura verdade.

Certo dia um pessoa me perguntou se perdi amigos pela minha “eterna falta de tempo”. Sinceramente, não perdi nada! Meus amigos continuaram e continuarão meus amigos, não importa onde eu esteja; o que quer eu faça (desde que não seja ilícito, claro).

Meu agradecimento especial a Debora Ribeiro, repórter da TV Acre, que na época em que eu estagiava na TV Acre me deu a maior força para vir ao jornal A Tribuna participar de uma seleção para estagiários. Minha eterna gratidão.

Nesse espaço aproveito para agradecer a todos, que de alguma forma me ajudaram nessa jornada: Ely Assem; Dulcinéia Azevedo; Gilberto Lobo; Paulo Henrique Nascimento; Archibaldo Antunes; Debora Mangrich; Freud Antunes; Dhárcules Pinheiro; Antônio Stélio; Márcio Ferreira; Selmo Melo; Aldo Nascimento; Alex Machado e Weverton Silva.

A todos vocês: meu muito obrigada! De cada um levo ensinamentos, exemplos, histórias bacanas e lições.

É isso aí, sem mais porque as lágrimas surgem, nos vemos na Agência www.agazeta.net onde construo novas amizades que já se mostram muito bacanas como a amizade que está brotando com o querido Adaildo Neto.

Receita de Ano Novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo...

Não precisa fazer lista de boas
intenções para arquivá-las
na Gaveta.

Não precisa chorar de arrependimento
pelas besteiras consumadas nem
parvamente acreditar que por decreto

da esperança a partir de Janeiro
as coisas mudem e seja claridade,
recompensa, justiça entre os homens

e as nações, liberdade com cheiro e
gosto de pão matinal, direitos respeitados,
começando pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de
merecê-lo, tem de fazê-lo novo,
Eu sei que não é fácil mas tente,
experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Um maravilhoso Ano Novo para você !

Carlos Drummond de Andrade

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Para driblar censura, blogueiros apostam na troca de informações

Redação Portal IMPRENSA

O jornalista Fábio Pannunzio, cujo blog está impedido judicialmente de publicar informações sobre a esposa do suposto chefe de uma quadrilha internacional, que fraudava concessão de vistos para trabalho temporários nos EUA, propôs troca de informações com blogueiros para driblar a censura. A intenção do jornalista, repórter de política da Band, é permutar informações com páginas que também tenham restrições quanto à publicação, para que dados continuem sendo divulgados.

Por decisão da 2ª Vara Cível de Curitiba (PR), Pannunzio está proibido de citar o nome da esposa de Alexandre Fernandes, preso na última segunda-feira (7) por meio da "Operação Anarquia". Na ação, foram detidas 11 pessoas em quatro estados do país, suspeitas de formação de quadrilha e estelionato. A autora da ação contra o repórter está foragida da Justiça e teria participado do início do esquema na República Dominicana.

A determinação judicial prevê multa diária no valor de R$ 500 em caso de descumprimento. Em sua página na internet, o jornalista ressalta que, ao criar o blog, a intenção era se abster de restrições às informações publicadas.

"Não quero que nenhum tipo de conveniência crie amarras para o conteúdo aqui veiculado. Portanto, estou sendo obrigado a retirar momentaneamente do ar as matérias sobre a quadrilha internacional desbaratada pela Interpol que eu venho denunciando há nove meses. A multa de R$ 500 seria mortal para mim, que tenho que arcar com todos os custos -- eles incluem os salários de dois repórteres, além do tempo que eu despendo produzindo conteúdos editoriais", escreveu Pannunzio.

A proposta do jornalista é endereçada ao blog de Alcinéia Cavalcanti, impedido de publicar informações após ação do senador José Sarney (PMDB-AP) e aos matogrossenses Adriana Vandoni, autora da página "Prosa e Política", e Enock Cavalcanti, do blog "Página do E". Os dois últimos, por decisão do juiz da 13ª Vara Cível do MT, estão proibidos de citar o nome do deputado José Geraldo Riva (PP), alvo de 92 ações no Ministério Público.

"Como as decisões dizem respeito ao que é veiculado em cada um de nossos sites, a veiculação do mesmo material em outro local -pelo menos no meu caso - não poderia ser entendida como desobediência. Penso que poderíamos ceder uns aos outros espaços para publicação do material que nós mesmos não podemos fazer, mas que os outros podem", postou o jornalista.

Segundo apurou o Portal IMPRENSA, até o momento Alcinéia Cavalcanti e Enock Cavalcanti não se manifestaram sobre a possível troca de informações em seus blogs. Já Adriana Vandoni decidiu aceitar o pedido feito pelo repórter da Band. "Hoje Pannunzio fez uma proposta em seu blog: a permuta da censura. Ele não pode falar da moça, mas eu posso. Eu não posso falar do Riva, mas ele pode. Permuta aceita", postou.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Em dois anos, Brasil registra 91 casos de agressão e censura contra jornalistas, diz Fenaj


Redação Portal IMPRENSA


Um relatório realizado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos e Liberdade de Imprensa da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), presidida por Sérgio Murillo, revelou que os agentes do Estado são os principais responsáveis por ações violentas contra profissionais de imprensa. O documento toma como base os anos de 2007 e 2008 e registra a ocorrência de 91 casos contra jornalistas.

O relatório, intitulado "Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil", contou com apoio da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). Nos próximos dias, ele deverá ser entregue ao Ministério da Justiça, Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal e Conselho Nacional de Justiça.

De acordo com o estudo, a agressão e a censura foram as principais ocorrências de intimidação contra o trabalho da imprensa. O relatório revela crescimento de 2% de processos judiciais contra veículos de comunicação.

O estudo mostra ainda que a região Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, lidera o ranking de ocorrências contra jornalistas. Na região foram levantados casos como assassinato, agressões físicas e verbais, desrespeito a organizações sindicais, além de censura e ações judiciais.

Segundo a Fenaj, o documento tomou como base a obtenção de denúncias reveladas e divulgadas pelos órgãos sindicais do setor, além de pesquisa em veículos de imprensa.

STF vota liminar que derruba censura contra Estadão; Peluso e Mendes votam contra

Redação Portal IMPRENSA

O Supremo Tribunal Federal julga, nesta quinta-feira (10), o pedido de liminar feito pelo jornal O Estado de S. Paulo para derrubar a decisão judicial que impede a publicação de reportagens sobre a "Operação Boi Barrica", da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Há 132 dias, o desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), Dácio Vieira, proibiu o Estadão de citar o filho de Sarney em suas reportagens. Na sessão do STF, Cezar Peluso, relator do caso, votou contra a liminar.

"Em que pesem o conhecido prestígio do jornal O Estado de S.Paulo, do qual sou assinante há décadas e tem sido um glorioso defensor das liberdades, contra a prepotência, em que pese a urgência do caso, no seu conspícuo papel, as peculiaridades não me parece tutelar a razão do reclamante, eu estou extinguindo a ação de reclamação sem julgar o mérito", declarou.

Em seguida, o ministro Ayres Britto contestou o voto de Peluso contra a queda da liminar. "A imprensa mantém com a sociedade civil uma relação intensa. O Estado não pode intervir no núcleo duro da relação da sociedade com a imprensa. Falava-se da liberdade de imprensa como se ela fosse oca, um continente sem conteúdo. Quais são os conteúdos dela? São três: liberdade de expressão do pensamento, artística e de informação. Isso está na Constituição. O que está se defendendo é direito fundamental", disse.

"Independentemente de censura ou licença, para quem é essa censura, é para o Poder Legislativo, é para o Poder Judiciário? A Constituição resguarda o direito à informação", continuou.

Peluso rebateu, afirmando que "o que está em jogo aqui é o alcance das normas penais diante da Liberdade de Imprensa". Ayres Britto respondeu, declarando que "o TJ-DF aplica a Lei de Imprensa. Que outra lei autoriza o juiz a exercer o poder de censura?". "A Imprensa comete erros, mas o Judiciário também comete erros. Nem por isso, deixa de decidir livremente", declarou o ministro.

Gilmar Mendes, presidente do STF, lembrou o caso da Escola Base para afirmar que o direito à liberdade de imprensa comporta limitações, e adiantou seu voto, contra a queda da liminar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Presos do pavilhão J dizem que sofrem torturas na FOC

Os detentos que cumprem pena no pavilhão J enviaram aos jornais uma carta que denuncia maus-tratos no presídio Francisco D’Oliveira Conde.

Segundo a carta, enviada à reportagem da TRIBUNA digitada, os detentos estão reivindicando a visita do diretor do presídio e de representantes dos direitos humanos para contarem o que passam no local.

“Constantemente, somos vítimas das mais variadas agressões de alguns agentes penitenciários. Alguns deles veem trabalhar embriagados e até drogados. Chegando aqui, eles nos espancam, sendo fato diário e ainda se apossam de pertences deixados por nossas famílias. Há médico e dentista, mas não há medicamentos”, relatam os detentos.

Os detentos revelam na carta que vivem momentos de terror e que, depois de serem aconselhados por um policial militar, decidiram constituir uma comissão formada por 20 detentos que estão no pavilhão J para conversar com o diretor, mas, antes de chegarem à sala, eles passaram por maus-tratos.

“Ao nos apresentarmos como membros da comissão, fomos levados para um corredor (corredor polonês) onde nos aguardavam vários agentes penitenciários. Neste lugar, passamos por uma sessão de tortura por mais de uma hora. Socos, chutes, cassetetes, cuspe na cara, pancadas na cabeça e nos testículos e choque elétrico. Alguns estão gravemente feridos com costela quebrada e o corpo tomado por hematomas”, contam os presos.

Na carta, eles revelam que a informação de que teriam cometido um motim na segunda-feira, dia 30, foi forjada para justificar as marcas de torturas que sofreram no “corredor polonês”.

“Aqui, têm pessoas gravemente feridas devido à sessão de tortura e de espancamento a que foram submetidas. Para evitar que nossos familiares e a sociedade tomem conhecimento de tal fato, nos proibiram de receber visitas e ainda nos acusam mentirosamente de motim e de tentativa de fuga para, quando o fato se tornasse público, ter um argumento para justificar a tortura e o espancamento, os hematomas e os ossos quebrados em nossos corpos”, denunciam.

Por fim, eles pedem que as autoridades locais tomem providências com relação ao caso.
“Pedimos socorro às autoridades, Ministério Público, Direitos Humanos. Somos seres humanos e, como qualquer pessoa, cometemos erros e, por isso, estamos aqui. Queremos cumprir a nossa pena de acordo com a lei. Pedimos socorro às autoridades para que medidas sejam tomadas, para que possamos ter um tratamento, se não for digno, pelo menos mais humano. Nos ajudem!”, clamam os detentos do pavilhão J.

O outro lado

A reportagem da TRIBUNA entrou em contato ontem, à noite, com o diretor do Instituto Penitenciário do Acre (Iapen), Leonardo Carvalho, que disse desconhecer as denúncias.
“Estou sabendo dessas informações agora, mas posso garantir que, se houver algum tipo de tortura dentro do complexo, nós vamos averiguar”, certificou Carvalho.

Para ouvir as denúncias sobre as torturas de agentes penitenciários, a reportagem tentou entrar em contato com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Acre (Sindap), Adriano Marques, mas o telefone do representante da categoria não foi encontrado. A informação que a reportagem recebeu foi que o presidente do Sindap estaria de plantão na penitenciária, por isso não era possível contato. (Nayanne Santana)

Comissão do Senado aprova PEC do Diploma


Por Eduardo Neco/Redação Portal IMPRENSA


Na tarde desta quarta-feira (3), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/09, que restabelece a obrigatoriedade do diploma em Jornalismo para exercício da profissão.

A PEC recebeu voto contrário de dois senadores, sendo do presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), e de seu colega de partido, senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (BA). Agora, a PEC, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), segue para votação no plenário da Casa.

Antes da votação, o senador Aluísio Mercadante (PT-SP), questionou a inclusão dos chamados colaboradores no relatório do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE). Segundo Mercadante, os serviços destes profissionais, os quais atuam na maioria dos casos como articulistas, devem ser permitidos. Após a observação de Mercadante e a inclusão do tema no relatório, a PEC foi levada à votação e aprovada em poucos minutos.