terça-feira, 16 de junho de 2009

O que nos faltava!


Comissão aprova projeto de horário unificado em todo o Brasil

A unificação da hora em todo o território nacional, com base na hora de Brasília (DF), foi aprovada nesta terça-feira pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). O projeto de lei (PLS/08), de autoria do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), segue para análise da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), em decisão terminativa.

Segundo Arthur Virgílio, a medida irá eliminar diferenças de fuso horário verificadas no Amazonas, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. Estas regiões tem uma hora a menos em relação à Brasília, que está a três horas de atraso em relação à hora oficial de Greenwich. Ele explicou aos demais senadores que as variações de horário causam os mais variados transtornos.

"Obstáculo à maior integração do espaço econômico nacional; prejuízo de grande monta à integração econômica das populações e atividades realizadas na porção mais ocidental da área continental brasileira; deficiente integração dos centros comerciais e industriais de Manaus, Rio Branco, Cuiabá, Campo Grande, Porto Velho e Boa Vista nos negócios realizados nas praças do centro-sul do país e enorme descompasso no ritmo vertiginoso de progresso nas comunicações e nos transportes", discriminou Virgílio.

Ao defender a aprovação do projeto, Virgílio explicou que a hora legal brasileira foi estabelecida a partir de 1914, tendo como base a hora do meridiano de Greenwich. Na época, foi criado, no Brasil, um conjunto de quatro fusos horários, diminuídos de duas, três, quatro ou cinco horas em relação a Greenwich. Ao longo dos anos, as diferenças de horários foram sendo eliminadas, até que, em 2008, a Lei 11.662 eliminou parte do quarto fuso, mantendo somente estes seis estados com horários diferenciados em relação à Brasília.

Ao apresentar parecer favorável ao projeto, o relator, senador Gim Argello (PTB-DF), afirmou que os moradores desses seis estados com diferença de hora em relação à Brasília apoiam a proposta. "Todos os estados brasileiros afetados por essa diferença estão vibrando, pois este é um problema que os atinge diretamente", afirmou o senador pelo DF.

Informações da Agência Senado

A unanimidade inteligente


Gabriel Perissé*

Muitas pessoas, sem pensar, usam a terrível afirmação de Nelson Rodrigues: "Toda unanimidade é burra". E imagino que Nelson chamaria de "cretinos fundamentais" ou de "grã-finas com narinas de cadáver" (dependendo do caso) aqueles a quem ouvisse repetir esta sua famosa frase.

Trata-se de uma frase de efeito. Como aquela outra: "Nem toda mulher gosta de apanhar, só as normais". Ou esta: "Um suicida já nasce suicida". Expressões que Nelson colecionava para nos fazer refletir, provocar polêmica, e não para encerrar discussões ou aumentar o número de lugares-comuns.

Frase de efeito que é também armadilha de Nelson. Quando todo mundo concordar que toda a unanimidade é burra ficará comprovado que toda a unanimidade é burra mesmo!

A palavra "unanimidade" vem do latim unanimis. Significa, simplesmente, que duas ou mais pessoas vivem com um (unus) só ânimo (animus). Um time de futebol bem treinado, uma equipe de trabalho bem articulada, dois amigos leais, um casal que pensa e age em harmonia são exemplos de unanimidade inteligente.

Em dados contextos, sim, a unanimidade pode ser burra. É burrice todos obedecerem cegamente a uma ordem que vem não se sabe de onde com finalidades obscuras ou inconfessáveis. É burrice, por exemplo, comprarmos um livro pelo único fato de ele constar da lista dos mais vendidos. Unanimidade inteligente começa na alma de cada um. Começa na individualidade. Na luta pessoal contra as nossas intolerâncias, contra essa tendência a só sentir as próprias dores, a observar o mundo pelo buraco de um canudinho.

Unanimidade inteligente requer a liberdade de distinguir entre o direito nosso de questionar e o dever nosso de comprometer-nos. Requer, mais ainda, a capacidade de reconhecer que podemos estar errados e a maioria estar certa...

Existem unanimidades excepcionais. Os especialistas da educação são unânimes, por exemplo, ao afirmar que todo aluno pode descobrir o prazer de aprender. Esta verdade ajudará os professores a trabalharem com ânimo e esperança.

Espero que sejamos unânimes, também, quanto a certas idéias e valores que nos obrigam a repensar nossa conduta, pedir perdão, desdizer o que dissemos, enfim, melhorarmos como pessoas.

O ser humano é perfectível. Seremos mais humanos se formos unânimes naquilo que valha a pena. A melhor forma de vencer a unanimidade burra é participar da unanimidade inteligente.

*Professor e escritor
Texto original: http://www.correiocidadania.com.br

Frase


"Toda unanimidade é burra”

Nota da blogueira:Talvez, por isso, nem todos apreciem a Literatura Brasileira, nem sejam torcedores do Fluminense e talvez, por isso, nem todos tenham apreço por MPB e Bossa Nova....

Salve Nelson Rodrigues que sabia como ninguém o que dizia sobre esse país e suas unanimidades, mesmo que algumas delas ainda hoje sejam tão inexplicáveis.


Charge gentilmente roubada do site www.sofismo.wordpress.com

O fantasma da privatização


Achei que a era das privatizações já havia encerrado em nosso país, mas este ano essa história voltou a rondar os noticiários brasileiros. Desta vez, fala-se da privatização da INFRAERO.

Há quem diga que essa idéia não vai seguir em frente, mas meu medo é que ninguém fale nada e isso siga na surdina, como muitas coisas seguem no Brasil por debaixo do pano.

Aparentemente, não há motivos para o governo privatizar a INFRAERO, prefiro acreditar que isso é apenas mais uma maneira de “vender” o país.

De acordo com informações publicada no site “Opinião e Notícia” o BNDES, em fevereiro, teria recebido autorização da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para estudar a privatização.

Na época, segundo informa o site, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é contrário à venda do controle, telefonou para Dilma e cobrou uma posição sobre o assunto. Pouco tempo depois, o BNDES divulgou nota oficial desmentindo que estivesse estudando a privatização.

“O plano do governo era abrir o capital da companhia, vender 49% das ações e manter o controle acionário nas mãos da União. O BNDES consultou representantes do setor privado e concluiu que investidores não têm interesse em investir numa empresa controlada pelo governo”, afirmava ou site.

O concurso
Neste final de semana pouco mais de 500 pessoas, no Acre, farão a prova do concurso da INFRAERO e posso afirmar que os candidatos não estão satisfeitos em saber que podem ter feito inscrição para um certame à toa.

Há candidatos que perderam um pouco da motivação ao saber que a INFRAERO pode ser privatizada. O que deixa muita gente mais apreensivo é o fato deste concurso ser para cadastro de reserva, isso implica dizer que não há número especificado em edital de quantos aprovados serão chamados após o resultado final do certame.

Agora, nos resta acreditar que haverá bom senso entre os parlamentares e ministros brasileiros e que eles utilizem esse bom senso para evitar a privatização da INFRAERO.