domingo, 16 de janeiro de 2011

Difusora Acreana: causando nas ondas da timeline do Twitter

Eram 14 horas de um domingo nublado e eu decidi ir almoçar. Até aí, tudo bem.
Quando cheguei na cozinha ouço Justin Bieber na Rádio Difusora Acreana – a Voz das Selvas – e tomo aquele susto! 

Vou até o quarto do meu avô Costa para conferir a bizarrice e eureka! Estava mesmo tocando Justin Bieber.
Na mesma hora tuito a “macacada” da rádio que eu ouço desde os 6 anos. Naquela época me lembro da voz marcante de Estevão Bimbi no seu Mundo Cão.

Gente, tem algo errado – penso eu!

Pois é, mas o programador continua me apavorando e tasca Kelly Key, Restart, reggaeton e outras coisas que não combinam com uma rádio que é líder em audiência nos ramais, rios e afins do Acre que é tão extenso e tem áreas tão isoladas.

No Twitter todos os amigos comentam, principalmente os colegas da área de jornalismo.
Eu apelo ao twitter pessoal do governador e digo: Tem que ver isso governador @tiao_viana Tocou Justin Bieber e agora toca Kelly Key na @difusoraacreana
 
Meu avô Costa a essas alturas estava muito chateado e me pergunta: Meu vô com 82 anos me olha e diz: Minha filha o que esse rapaz tá cantando? É estrangeiro? Eu: Deixa pra lá vô.
A situação foi se agravando à medida que tocou músicas estilo “pancadão”. 

Parecia que tinham seqüestrado o programador e colocado um pen driver daqueles que liga naquelas caixinhas de som que vemos na região do Terminal Urbano.

Mandei o link da rádio via web para os amigos de Twitter e muitos começaram a acompanhar a Difusora.
Acredito que foi uma das melhores tardes de domingo. Muitos amigos se mobilizaram para discutir a qualidade musical da Difusora Acreana.

Resultado disso: Acho mesmo que "perderam a mão" na programação musical. Esqueceram que os ouvintes, em maioria, são de áreas isoladas do Acre e que sequer ouviram falar em Justin Bieber por mais que a globalização seja cruel conosco.

Eu sou do tempo que a RDA tocava música com conteúdo, música que narrava as história de um povo lutador e que se honrava em trabalhar na roça para ter seu sustento e de sua família.
Sou saudosista?! 
Sim, mas também prezo pelo que é bom.

Não concordo que uma rádio do Sistema Público de Comunicação perca seu prumo e sai infectando os rádios. 

Imaginem só um lavrador do ramal do "Vai quem quer" ouvindo esse tipo de música?

A minha dica é que revejam os conceitos na RDA.
Peço como ouvinte e me atrevo a representar meu avô, soldado da borracha aposentado, cearense e pai de família, ouvinte da RDA desde 1950, nos barrancos de Tarauacá.