quinta-feira, 15 de abril de 2010

O dia em que fiquei frente a frente com um pedófilo

Sempre deixo claro os meus sentimentos com relação aos pedófilos. Para mim, poderiam receber prisão perpétua, ter decretada a pena de morte ou, como sugeriu a minha amiga e colega de profissão Angélica Paiva, os pedófilos poderiam ser castrados quimicamente.

Enfim, se eu for expor aqui a minha repulsa por essas aberrações seria muito grosseira e certamente entraria numa discussão prolongada com os leitores, portanto, deixo apenas claro que tenho mesmo repulsa por pedófilos e ponto.

Essa semana fiquei frente a frente com um homem acusado de ter violentado duas filhas e senti as coisas mais estranhas que possam imaginar.

Quando vi o acusado logo pensei: Como um ser pode ser tão cruel e ainda mais com as próprias filhas?

Não achei nenhuma resposta racional, plausível.

Minutos depois eu vi esse homem diante de uma delegada, impassível. Ele não esboçava nenhuma reação e quanto mais tempo eu analisava a situação, pior eu me sentia.
Senti enjôos, náuseas e quis indagá-lo sobre os motivos que o levaram a cometer tal absurdo, mas eis que ele decidiu falar.

O acusado contou que era pai de oito filhos e que sabia que era a própria mulher que tinha procurado a polícia para denunciá-lo. Declarou-se inocente e disse que nunca fez nada contra as filhas.

Por Deus, quase caí naquela história, mas ele falava muito tranquilo. Não notei nenhum pesar ou revolta por “estar preso injustamente”, tendo em vista que ele se declarava inocente.

Minutos depois vi que talvez ele não estivesse falando a verdade. Nunca se sabe, não posso aqui parecer que tenho a razão, mas naquele momento julguei, não posso negar.
Quem estava ali não era uma repórter, uma jornalista. Ali estava uma cidadã chocada e que acabou julgando que aquele homem mentia.

Depois dessa experiência, posso garantir: Não suportaria ficar no mesmo lugar que um pedófilo se eu soubesse que ele cometeu um crime como esse.
Nesta quinta-feira, dia 15, fui surpreendida pela notícia de que o homem acusado de pedofilia havia sido currado dentro do presídio. (Currado é o termo usado quando um homem é violentado sexualmente).

Pois é, me impressiono com esse “código” que existe dentro dos presídios de Rio Branco. Eles têm a sentença certa para os que cometem crimes sexuais.
Se nem os próprios reeducandos não aceitam esse tipo de crime, imaginem um cidadão de bem que não deve nada para a Justiça.

Ainda quero acreditar que os políticos desse país farão algo de concreto com relação aos crimes sexuais contra crianças. Leis mais duras seriam o mínimo que os parlamentares deveriam propor, votar e tornar lei.