O primeiro sentimento que tive ao ler as matérias das revistas Veja e Época sobre o Daime e o Caso Glauco, foi o de indignação.
Ambas marginalizaram o Daime e o colocaram com a doutrina como uma causadora de desordem e crimes absurdos.
Pois eu rebato as afirmações preconceituosa e extremamente equivocadas das revistas de circulação nacional.
No Acre, as pessoas que freqüentam o Santo Daime são normais, não são violentas e não saem por aí matando, roubando ou desordenando a paz.
Eu já tomei daime, creio que isso já tem uns dez anos posso afirmar que o chá não me fez sair por aí como uma louca ameaçando, matando ou criando o caos, pelo contrário, me lembro que na época fiquei chateada porque não senti nada de extraordinário a não ser uma paz nunca antes experimentada.
Me lembro que visitei a comunidade da Barquinha no dia que realizam uma festa em homenagem aos “erês”. Foi num dia de Natal, as pessoas confraternizavam, conversavam, riam e agradeciam. Naquele lugar não tinha espaço para a violência.
Por isso e por outros motivos que não explicitei aqui é que eu não admito ver o daime ser colocado como o culpado da barbárie cometida por um jovem que consumia drogas, sofria de distúrbios psíquicos e que planejou um ato desumano ao comprar uma arma de fogo com uma facilidade que não é colocada em discussão.
Se há culpados para a morte de Glauco e Raoni,além de Cadu, posso sugerir que seja culpado o Poder Público que não faz seu trabalho de fiscalizar e permite que armas de fogo sejam adquiradas com muita facilidade e ainda, que o narcotráfico seja um dos “ramos” empresariais mais rentáveis desse país.