domingo, 11 de julho de 2010

Marcas da fúria

O céu alaranjado
São manchas de sangue
São marcas da fúria
Até quando, pergunto-me.

Qual o limite do desumano?
Diante do insano
Do desprovido de piedade
Os corpos caem pálidos
As esperanças transformam-se em lágrimas [de sangue]

Da paz que se anseia para a dor que se torna insuportável
A quietude perde-se para angustia e o medo
Resta-nos clamar por Justiça e proteção divina.
Olhar para o céu e acreditar que dele sempre virá o socorro.
Aos ficam o sentimento irreparável
A dor da impotência diante do impiedoso

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Porto Seguro

Agora conto as horas, mas não mais porque anseio que o dia termine. Anseio voltar a sorrir ao encontrar quem me faz bem.

Se antes eu pedia a hora para que passasse apressada quando estava perto do mundo, hoje peço que ela tenha preguiça, que deslize assim sem pressa pela circunferência de um relógio. Se ela não tem pressa eu tenho mais tempo para aproveitar cada segundo que deixei de ganhar longe dos teus olhos.

Vislumbro um horizonte seguro sem temer o amanhã.

Não importa se chego ao meu porto seguro farta porque quando o alcanço deixo de ser lagarta, transformo-me em borboleta.

Alço alturas inimagináveis e não caibo em meu próprio coração. Salta aos olhos o amor que nem é mais tão secreto assim.

Por mais que o dia seja longo, nunca será longo o suficiente para impedir que eu sempre volte para repousar nos teus braços.