sábado, 31 de outubro de 2009

Sem comunicação

Durante dois dias participei da Conferência Estadual de Comunicação.
Surpreendi a mim mesma porque, a princípio achei que não iria.
Mas, motivada por uma frase de Itaan Arruda repensei meus passos e atos e decidi ir. Itaan me disse que caso eu perdesse o meu espaço na Confecom outro certamente o ocuparia e poderia (ou não) falar aquilo que eu anseio com relação a comunicação no Acre e no país.

Então, surpreendi o próprio Itaan, que achou mesmo que eu não partiria para o debate e a mim mesma, que algumas vezes prefere se isolar e apenas reclamar, como muitos fazem por aí, ficando na frente das telas dos computadores dedilhando muitas idéias mas, não coloca nenhuma em prática, apenas propondo mas, não se dispondo a ir em busca.

Admito que pela manhã não estive presente na Confecom, momento em que os Grupos de Trabalho (GT'S) construiam as propostas. Mesmo assim, achei que poderia participar das votações e auxiliar nos filtros de propostas. Foi o que eu fiz.

Apareceram muitas propostas bizarras. Uma delas foi a que o canal da TV por assinatura Discovery Kids fosse aberto, ou seja, fosse na TV aberta. (Sem comentários)!

A outra propostas que posso destacar foi a que sugeria que as crianças regulamentassem aquilo que elas deveriam assistir (?!) --- Por exemplo, uma criança de 5 anos passa pelo canal X que está exibindo um filme erótico e será essa mesma criança quem define se aquilo é bom ou não para ela. Isso não existe. Mas, apareceu por lá e o GT decidiu que aquilo não era válido.

Depois de horas debatendo propostas e excluindo excessos, nos juntamos aos outros dois grupos temáticos.

Quando tudo parecia caminhar bem, surge um "tubarão" das teles que decidiu que a proposta dele, rejeitada no GT do Eixo 3, deveria ser encaminhada a conferência nacional e pasmem, a Confecom do Acre indicava que aquilo era válido. Sim, mesmo indo contra o que havia sido definido no início da conferência que, deixou todos entenderem que nós, em consenso, votariamos o que ia e excluiríamos o que não iria para a nacional.

Claro que todos (leia-se sociedade civil) foram contra o ato do tão figurão representante das teles. Diante do indicativo da mesa orgazinadora quem passou o dia criando e debatendo propostas, evidentemente, ficou exaltado. Vimos alí o nosso direito ser cerceado de maneira explícita e ditatorial.

Quem estava debtro do auditório da Usina e foi contra o ato da mesa retirou-se e, lá fora criou-se um movimento contra o ato da mesa organizadora da Confecom.

Decidiram redigir uma moção de repúdio aos atos cerceadores e excludentes que foi visto na Confecom do Acre.

Após o episódioa nada bacana, gostaria de dizer aqui, neste espaço que ainda não foi "censurado" que tinha participado de um momento ímpar para a história da comunicação.

Mas, lamentavelmente, o que eu presenciei na Usina foi um organização perdida entre conceitos e pior, que buscou cercear a nossa tão celebrada liberdade de expressão e o direito a democracia.

sábado, 24 de outubro de 2009

Nem sempre é fácil esse ofício


Eu não ando muito animada nos últimos dias. Por isso, nem tenho feito postagens no blog. Acredito que esse cansaço seja causado pela correria do dia.

Mas, essa semana foi “trash” e diante dos fatos decidi tascar os dedos no teclado e soltar o que estava preso.

Hoje, vou falar sobre aquilo que mais me chocou desde que estou atuando como repórter: a morte do professor Marcos Afonso.

Acho que jamais me esquecerei do momento em que meu telefone tocou e do outro lado da linha ouvi o meu amigo Gilberto Lobo dizer: Não tenho uma notícia boa pra te dá. O professor morreu!

Ainda me lembro da sensação. Não há coisa pior do que ter que noticiar coisas ruins, acreditem. Mas pior ainda foi saber como aconteceu o crime.

Para ter mais informações sobre o caso liguei pra Lenilda Cavalcante e ela, que tem mais de 15 anos de jornalismo policial ,estava chocada.

Não foi fácil editar o jornal e escrever uma matéria tão triste e com fatos tão bárbaros. Cheguei em casa ainda em choque por tudo que ouvi sobre o crime e não consegui dormir.

Pela manhã fui organizar as idéias e vou colocar minhas conclusões sobre tudo isso aqui.

Um show de incompetência

Pra mim, a polícia deu um show de incompetência. A arma do crime estava o tempo todo dentro da casa do professor. Local que ele foi morto e enterrado vivo!

Pior ainda foi ver o diretor-geral da polícia civil agradecer a Deus pela elucidação de um crime. Sinceramente, Deus não queria ver um filho dEle sendo morto com tanta crueldade, e certamente não queria ver uma polícia tão incompetente que não investiga o local inicial de um crime.

O mais obvio, a meu ver, seria levar as testemunhas do caso a casa do professor e constituir a dinâmica do crime, ou seja, cada testemunha diria onde estava e o que fazia na hora que os bandidos chegaram ao local para roubar o veículo do professor.

Se a polícia tivesse se dado ao trabalho de ir a casa e investigado o local teriam visto uma faca, uma pá e um buraco com terra mexida. (Vale ressaltar que toda vez que alguém mexe em qualquer quantidade de terra a parte que sofreu interferência tem tonalidade diferente da parte que não foi tocada, qualquer criatura sabe disso).

Mas, para decepção de todos nós a polícia foi pífia e não fez o obvio. Apenas isolou o local e seguiu com as investigações do portão da casa para fora.


Crueldade exacerbada


O infeliz que matou Marcos Afonso conhecia a vítima há três anos, presta serviços para a vítima.

No momento em que ele e os outros dois bandidos foram apresentados a imprensa ele ainda esboçou um sorriso que me apavorou.

Como pode meu Deus alguém ser tão cruel?

Aquele infeliz enterrou um homem vivo, ainda agonizando, pedindo vida e depois de tudo isso teve capacidade de participar de uma churrascada e de bebedeira, sem demonstrar menor arrependimento do ato brutal que cometeu.

Essa não

Pior ainda, foi ver colegas de imprensa cumprimentando o diretor-geral, apertando a mão da autoridade e dizendo: Parabéns.

Parabéns? Como assim?

O cara fez a obrigação dele. Nós, contribuintes, pagamos pelo serviço que ele prestou com muitas falhas e deficiência, porque demoraram mais de 72 horas para achar um corpo que estava debaixo das “barbas” dele.

Um JORNALISTA tem que fazer a sua matéria, ir pra redação e narrar os fatos do que é notícia aos cidadãos.

Desculpem, mas na minha opinião, não é função de jornalista algum puxar-saco de qualquer autoridade para ficar “bem na fita”. Até porque atitudes como essa tiram a moral de qualquer profissional e o deixa limitado para que em situações posteriores possa fazer críticas ao mau desempenho de qualquer autoridade.

Pena que eu sei que isso sempre vai existir e a ética da categoria sempre estará posta a prova por causa de comportamentos como esse.

Eu me envergonho e lamento ter que admitir que sempre haverá pessoas com esse tipo de conduta.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Hildebrando perde patente e Romildo tem direito político supenso

O juiz substituto Luís Gustavo Alcade Pinto, responsável pela 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Rio Branco, julgou como procedente uma ação civil pública na qual os réus são ex-deputado federal Hildebrando Pascoal e o ex-governador Romildo Magalhães.

A ação, impetrada pelo Ministério Público Estadual (MPE), pedia a perda da patente de coronel de Hildebrando e punição para ex-governador Romildo, que beneficiou o ex-deputado com a elevação de patente.

“As condenações que envolvem Hildebrando são a nulidade do Decreto 754/94, que promoveu o réu de tenente-coronel para coronel, determinado a perda da patente. A segunda condenação é a nulidade do Decreto 784/94, que o transferiu para reserva remunerada, e a terceira condenação é perda dos valores acrescidos ilegalmente nos valores dele. Ele também fica com os diretos políticos cassados por dez anos”, explicou.

Segundo o documento, o ex-deputado Hildebrando Pascoal deve perder a patente de coronel da Polícia Militar, e Romildo Magalhães deve ser punido, porque promoveu Hildebrando de tenente-coronel para a patente de coronel sem respeitar os requisitos legais. O juiz explica que Hildebrando é réu, porque ele se beneficiou dos decretos, porque houve aumento salarial e, por conseqüência, aumento de bens ao mudar de patente.

“Logo após a promoção ilegal, que foi feita por meio do Decreto 754/94, o ex-governador editou um novo decreto [Decreto 784/94] e transferiu o então coronel Hildebrando para a reserva remunerada, porque ele havia sido eleito em dezembro [de 1994] a deputado estadual, então ele não poderia acumular duas funções”, detalhou o juiz Luís Gustavo.

De acordo com o magistrado, o processo que pede a perda da patente de Hildebrando e a punição ao ex-governador Romildo Magalhães foi pedido pelo MPE em 4 de julho de 2000.

Punições a Romildo
A sentença do juiz Luís Gustavo Alcade poderá causar transtornos ao ex-governador Romildo Magalhães, que tinha pretensões de ser candidato em 2010. Entre as punições aplicadas, consta na sentença que Romildo ficará com os direitos eleitorais cassados por oito anos.

Ele também fica impedido de participar de licitações públicas e, caso exercesse função pública, teria de deixar o cargo. O ex-gestor estadual também poderá fazer parte do pagamento da dívida que Hildebrando adquiriu com o Estado ao ser beneficiado por decretos ilegais de Romildo. O ex-governador poderá efetuar pagamento solidário caso o ex-deputado encontre dificuldades para quitar a dívida.

O juiz substituto Luís Gustavo ressalta que os réus podem recorrer da decisão.
Por: Nayanne Santana

Henrique Afonso e Anselmo Forneck se filiam ao PV


Faltando apenas dois dias para encerrar o prazo de filiações, o deputado federal Henrique Afonso e o gerente do Ibama no Acre, Anselmo Forneck, filiaram-se ao Partido Verde, que tem atualmente como militante de destaque nacional a senadora acriana Marina Silva.

“Estou no PV porque ele representa ideias que caracterizam todo o ideal daquilo que tem caracterizado a minha militância, que é em defesa de uma sociedade dentro dos princípios da sustentabilidade. Aliás, a minha vida inteira tem tido como tônica a questão da sustentabilidade. Outro motivo para eu me filiar ao PV foi a garantia do partido de que eu posso manifestar minhas convicções e a minha militância a favor da vida, da família, da liberdade religiosa e da justiça social do Brasil”, afirmou.

O parlamentar declarou que leva com ele o respeito e a gratidão pelo Partido dos Trabalhadores. Ele disse que a saída de Marina não foi fator decisivo para que ele saísse do PT e se filiasse ao PV, porque ele respondeu a um processo de expulsão enquanto fez parte do Partido dos Trabalhadores.

Contudo, Henrique Afonso ressaltou que a história de vida e da política da senadora acriana, bem como a defesa de uma concepção de sociedade sustentável, o resultado do trabalho parlamentar e a conduta ética da acriana nesses aspectos, foi decisiva para que ele tomasse a decisão.

Disputa pela reeleição

Henrique aproveitou a ocasião para revelar à imprensa que seu desejo é concorrer à reeleição.

“O que eu vou defender dentro do partido é que eu continue a lutar pelo meu espaço para reeleição para deputado federal, vou colocar isso aberta. Por enquanto, eu prefiro demonstrar o meu desejo pelo PV, pela sociedade pela Frente Popular e quero é ir para disputa pela reeleição”, adiantou o parlamentar.

A cerimônia aconteceu no escritório da senadora acriana e contou com a presença de dirigentes da sigla no Acre como a presidente do partido, Shirley Torres, e do médico Júlio Eduardo, o Julinho.

Por: Nayanne Santana
Foto: Debora Mangrich