O deputado federal Henrique Afonso, eleito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), ainda está muito abalado após ser punido pelo diretório nacional da legenda, que decidiu suspender o parlamentar por três meses das atividades partidárias e proibi-lo de participar por dois anos como representante do partido como membro titular ou suplente da Comissão de Seguridade Social Saúde e Família da Câmara dos Deputados.
“A minha expectativa era que o partido respeitasse aquilo que consta dentro do seu estatuto, que é assegurado o direito à liberdade de expressão”, ressaltou Afonso.
O parlamentar foi recebido por várias lideranças evangélicas na sede da Igreja Renovada, que manifestaram apoio à posição do deputado federal. Os líderes declararam que o deputado foi correto ao ser contrário à legalização do aborto.
Visivelmente emocionado, Henrique Afonso adiantou que ainda não decidiu se irá se filiar à outra legenda. Ele disse que ainda está assimilando o que ocorreu na quinta-feira, quando teve de passar por um julgamento com cerca de 10 horas.
“Eu vou conversar com a minha família, que está toda em Cruzeiro do Sul, e ainda não está entendendo bem o que aconteceu”, contou
De acordo com Henrique, nesse momento delicado de sua carreira política, ele relembra a sua atuação na na militância do Partido dos Trabalhadores.
“Eu sou um homem de utopia, eu sou um homem de ideal. Isso tudo me traz uma retrospectiva do que foi feito. Cruzeiro do Sul e o Juruá foram o campo de militância de minha história de vida e, hoje, ir ao Juruá nesse cenário de condenação, porque eu estou defendendo a vida, é uma coisa que nem eu ainda estou absorvendo”, questiona.
O deputado observa que o posicionamento dele é baseado numa realidade jurídica que dá a ele direito de expressar a crença que ele tem. Segundo Henrique, isso é um direito que não pode ser cerceado e nem violado em nenhuma sociedade democrática.
“Infelizmente, hoje, eu não posso me expressar”, lamenta o parlamentar.
Ele lembra que nunca passou por um julgamento, mas ele ressalta que a causa é nobre. De acordo com ele, não se trata de um caso, mas sim de um causa. (Nayanne Santana)
O deputado federal adiantou que, após conversar com a família e com as lideranças políticas que o apoiam na defesa da vida, é que tomará uma decisão sobre o seu destino político.
Henrique, por enquanto, não confirma se deixará o PT para se filiar à outra legenda, mas garante que não deixa a política.
“Sair da política, eu não posso sair, é aí que está a minha missão, é onde está meu ministério. Há quase três décadas, eu atuo na luta por uma sociedade melhor, e o partido político é um espaço que oferece à sociedade caminhos, alternativas e mudanças. Eu não posso estar fora do cenário político. Eu vou estar presente onde eu possa expressar ao mundo os meus valores”, garantiu.
Texto: Nayanne Santana
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