sexta-feira, 6 de novembro de 2009

CPI investiga tráfico de meninas para Bolívia e Peru

Texto: Gilberto Lobo

Muitos casos de abusos sexuais foram denunciados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, mas nenhuma denúncia, como ressaltou o deputado Luiz Tchê, levou a CPI e a polícia às pessoas que lideram a rede de pedofilia do Estado. “Queremos saber quem é o peixe grande da pedofilia no Acre”, disse.

Segundo o parlamentar, as denúncias à CPI têm aumentado constantemente, no entanto, são casos isolados sem conexão entre si. São abusos sexuais contra menores cometidos por familiares.
“Dessa forma, estamos entre a delegacia e a Justiça, porque investigamos e descobrimos muitas coisas sobre essas denúncias, mas não temos poder de polícia para mandar prender ninguém”, explicou.

Os deputados também investigam tráfico de menores para países vizinhos, como Bolívia e Peru. Há informações de que uma cafetina agencia meninas e prostíbulos na fronteira. A revelação foi feita por um vereador de Acrelândia. “Fomos à Bolívia e procuramos pistas sobre esses casos”, acrescentou Tchê.

Relatórios de empresas de transportes aéreos foram pedidos pelos membros da comissão para saber o fluxo de turistas e o número de menores que viajam sem a presença dos pais. “O problema é que nem todas enviaram essas informações”, declarou o deputado.

Outra oitiva que gerou polêmica que gerou polêmica foi a de uma menina de 17 anos, mas que diz ter sofrido abuso aos 13 anos. Conforme o depoimento da mãe da vítima, o agressor teria sido um dono de motel de Rio Branco. A menor revelou ainda que o empresários mantinha câmeras nos quartos do motel. Os vídeos eram assistidos em sessões com amigos do acusado.

De acordo com o depoimento da vítima, ela e uma amiga - esta também acusada de prostituição na Espanha - teriam falsificado um exame de gravidez em uma lan house para poder fazer chantagem ao empresário. O fato foi denunciado à Justiça.

Pianko
O assessor especial do governo Francisco Pianko ainda não tem data marcada para ser ouvido na CPI. Mais uma testemunha será ouvida e só depois o depoimento do acusado será marcado.

Outros acusados também serão levados à CPI quando todos os acusadores forem ouvidos.

No Acre, há 15 pontos vulneráveis de exploração sexual infantil


Pesquisa de mapeamento da Polícia Rodoviária Federa, aponta quase dois mil pontos vulneráveis de exploração sexual de menores nas estradas federais do Brasil. No Acre, a PRF fiscaliza esses pontos e foram mapeados 15 pontos.

No mapeamento, foram identificados que a cada 27 quilômetros existe um ponto vulnerável de exploração sexual infantil nas estradas federais. A pesquisa trabalha com os locais em que a PRF flagrou ou recebeu denúncia de menores de 18 anos.

A pesquisa foi uma parceria com a Organização Internacional do Trabalho. Os estados que encabeçam a lista são: Minas Gerais, com 290 pontos de exploração infantil; e Rio Grande do Sul, com 217. Os dois estados têm grandes malhas viárias. Minas Gerais, 290 pontos de exploração sexual infantil. Rio Grande do Sul, 217 pontos de exploração sexual infantil.

De acordo com o inspetor da PRF do Acre, Peregrino Silveira Lima, as ações de combate e de prevenção são constantes. Mas é preciso políticas públicas mais efetivas e de parceria com fiscalização dos juizados, conselhos tutelares e outros órgãos responsáveis de proteção à criança e ao adolescente. Os dados da pesquisa serão encaminhados aos órgãos competentes para que tomem medidas de prevenção e de combate à exploração sexual infantil.

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